FABIANA CIMIERI
TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

No dia em que o governo do Rio deflagrou a operação "Rio Seguro", quatro bombas caseiras foram encontradas pela polícia.
A investida do governo também não impediu que mais cinco ônibus fossem incendiados, na noite de ontem, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Chegou a 36 o número de ônibus queimados em três dias no Estado.
Por volta das 21h, enquanto a governadora Rosinha Matheus (PSB) reunia-se com os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça) no Palácio Guanabara (Laranjeiras, zona sul), moradores do Parque São Francisco, em Nova Iguaçu, atearam fogo nos ônibus na antiga estrada Rio-Santos, em protesto contra o suposto desaparecimento de cinco jovens à tarde, durante a operação "Rio Seguro". Não houve feridos.
De acordo com os moradores, os jovens -quatro homens e uma mulher- não estão em nenhuma das delegacias da região. A Polícia Militar não confirmou o desaparecimento.
Durante a madrugada e o dia de ontem, dois supermercados foram saqueados na zona norte e quatro bombas caseiras foram encontradas em uma casa na zona oeste. Em Niterói (a 15 km da capital), um ônibus foi apedrejado e seus passageiros, roubados. Os atacantes não conseguiram atear fogo no ônibus.
Pela manhã, policiais apreenderam quatro bombas de fabricação artesanal em uma casa abandonada na favela da Foice, em Pedra de Guaratiba (zona oeste).
Segundo denúncia recebida pelos policiais, os artefatos seriam utilizados para atear fogo em ônibus da região.

Prejuízos
Desde o início da ação violenta do tráfico, que atingiu seis municípios do Grande Rio, já são seis supermercados atacados (dois metralhados, um atacado com uma bomba e três saqueados), 45 veículos incendiados (sendo 36 ônibus, oito carros e um caminhão) e outros nove ônibus depredados. Um total de 11 artefatos foi encontrado, entre eles uma bomba falsa, no centro do Rio.
Ontem, parte do comércio em Bonsucesso (zona norte) ficou fechada, pelo terceiro dia seguido.


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