|
São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003
 |
 |
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PANORÂMICA POLÍCIA CIVIL Defensor da via rápida, corregedor-geral é afastado do cargo sem saber o motivo O corregedor-geral da Polícia Civil paulista, Roberto Genofre, um dos elaboradores da "via rápida" -para acelerar a punição de policiais-, foi afastado sem ser informado do motivo. O delegado Rui Estanislau Silveira Mello, que deixou a Corregedoria depois da crise gerada pelo caso Cracolândia, em dezembro de 2001, está de volta ao cargo. Em 2001, Mello disse que fora traído pelos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado). Eles filmaram por 36 dias a ação de cinco policiais civis do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) na Cracolândia (região central de SP) sem avisar a Corregedoria, segundo Mello. Dois policiais e um informante foram condenados a penas de seis a sete anos de prisão por concussão (extorsão praticada por funcionário público). Outros três policiais civis receberam apenas multa de dois a dez salários mínimos por abuso de autoridade. O caso provocou, na época, uma crise entre o comando da polícia e o Ministério Público. Hoje, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) visita o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antônio Guimarães Marrey. A volta de Mello à Corregedoria será um dos assuntos discutidos. A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou apenas, por nota oficial, que a saída de Genofre foi motivada por "questões administrativas". Genofre disse que foi avisado de seu afastamento anteontem, por telefone, mas que não foi informado pelo delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antonio Desgualdo, do motivo de sua saída repentina. "É cargo de confiança. Saio com a consciência do dever cumprido", disse Genofre ontem. Há dez dias, ele afastou três de sete delegados da Corregedoria porque estavam descontentes com os prazos menores da "via rápida" e criou mais três unidades processantes. "Um processo chegava a se arrastar por quatro anos. Agora, o prazo é de 180 dias", explicou. Com 67 anos e 40 de polícia, Genofre fica à disposição da Delegacia Geral. Segundo a secretaria, a nomeação de Mello deve ser publicado hoje no "Diário Oficial" do Estado. (DA REPORTAGEM LOCAL) Texto Anterior: Educação: Alunos denunciam trote violento na USP Próximo Texto: Campinas: Casal diz que não se lembra de agressão Índice |
|
|