São Paulo, domingo, 27 de junho de 2004

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RELIGIÃO

Segundo os organizadores, mais de 1 milhão de pessoas participaram de evento em SP; para a PM, foram 350 mil presentes

Marcha reúne evangélicos na zona norte

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
Milhares de evangélicos percorrem a avenida Luís Dumont Villares, na zona norte de São Paulo, durante a Marcha para Jesus


DA REPORTAGEM LOCAL

Com faixas nos cabelos, rostos pintados e camisetas com slogans evangélicos como "Fé em Cristo", "Jesus 100%" e "Exército de Cristo", mais de um milhão e meio de pessoas, segundo os organizadores, participaram ontem da 12ª Marcha para Jesus. A assessoria da Polícia Militar, que chegou a divulgar à tarde que havia 700 mil participantes, informou à noite que cerca de 350 mil pessoas estiveram no evento.
A marcha é encabeçada pela Igreja Renascer em Cristo, mas a organização estima que a marcha reúna mais de 400 igrejas evangélicas, entre neopentecostais, históricas e carismáticas.
Os participantes da marcha chegaram de várias regiões do Estado e seguiram pelas ruas da zona norte de São Paulo cantando e orando, com as mãos para o alto. A maior parte do público era composta por jovens: surfistas de Cristo, metaleiros e skatistas de Cristo, punks de Cristo e até patricinhas de Cristo. "Acho que estamos vivendo uma revolução. O Brasil vai ser de Cristo porque Ele tem se manifestado na vida do jovem", afirmou a cantora Andréia Passos, 32, integrante de um movimento de hip hop gospel.
A caminhada foi acompanhada por 43 trios elétricos, que tocavam os mais variados estilos musicais, dentro da linha gospel, de hard core a samba. O público seguia os trios cantando e dançando.
Segundo a organização do evento, a marcha reforça a unidade das igrejas evangélicas e promove a paz mundial. "É a grande manifestação da unidade que a Igreja Evangélica tem. A marcha mostra que somos um povo alegre, um lado ainda pouco conhecido do nosso povo", disse o deputado estadual Bispo Gê (PSDB).
Os participantes saíram às 10h da estação Parada Inglesa de metrô, complicando o trânsito de toda a região, e caminharam até a praça Heróis da FEB (Força Expedicionária Brasileira), próximo ao Campo de Marte.
Por volta das 14h15, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), acompanhada do marido, Luis Favre, compareceu ao palco principal do evento. "Vocês são um exemplo do que se pode conquistar sem violência e com harmonia. E a cidade de São Paulo acolhe isso com muito respeito", disse a prefeita ao público.
Às 16h30, apenas 6 dos 43 trios elétricos haviam chegado ao ponto final da marcha, que estava programada para acabar às 22h. A organização, porém, contava com um atraso de uma hora.

Benção
A empresária Angela de Carvalho levou fotos de toda a família para a bênção dos líderes religiosos presentes. Para ela, a marcha serve para mostrar que Deus "é o criador de todos". "Jesus já promoveu tantos milagres na minha vida, que fica até difícil eu destacar um deles. Chorei de emoção ao ver esse número de pessoas exaltando a palavra do Senhor."
Para o operador de telemarketing Flávio Brito Gonçalves, 20, o fato de a passeata contar com uma quantidade expressiva de jovens é natural. "A força do jovem o leva a fazer coisas certas ou erradas e a igreja o encaminha para o lado do bem com a palavra, música e encantamento."
Gonçalves, que se autodeclara um metaleiro de Cristo, é freqüentador da Igreja Renascer em Cristo. "A marcha conscientiza as pessoas de que elas precisam de Deus", disse a secretária Laurinda Borges, 39. "Estamos orando pela cidade e pela libertação das pessoas de todo o mal", disse.
Ontem, a expectativa dos organizadores era de reunir 3 milhões de pessoas até o final do evento.


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