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SISTEMA CARCERÁRIO
Insalubridade leva Justiça a fechar o cadeião feminino
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça determinou ontem a interdição do cadeião
feminino de Pinheiros (zona
oeste de SP) por problemas
de estrutura e de insalubridade. Pela decisão judicial, o
governo paulista tem 60 dias
para retirar as cerca de 1.200
presas que estão no local.
O juiz Alex Tadeu Monteiro Zilenovski, corregedor do
Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), também
determinou que não haja nenhuma transferência para o
cadeião, administrado pela
Secretaria Estadual da Segurança Pública de São Paulo.
Zilenovski notificou o governo após receber a confirmação da Corregedoria Geral de Justiça de que a unidade, com capacidade para 500
presas, não tem condições de
ser ocupada.
Além da superlotação, superior a 100% da capacidade,
pelo menos metade das presas do cadeião já está condenada. Elas já deveriam ter sido transferidas para presídios, que possuem melhor
infra-estrutura.
A apuração sobre a unidade foi feita pelo Dipo e o resultado, com parecer pela interdição, foi submetido à
análise da Corregedoria Geral de Justiça. "Várias entidades encaminharam denúncias de que o local não
era adequado", disse o juiz. A
falta de estrutura foi comprovada por laudos técnicos.
O fechamento do cadeião
feminino de Pinheiros era
uma das principais bandeiras de entidades que fazem
parte do Grupo de Estudos e
Trabalho Mulheres Encarceradas. "Há muitos anos, denunciamos a condição de insalubridade, de desumanidade. Essa decisão é uma grande notícia", afirmou a advogada Michael Mary Nolan,
do ITTC (Instituto Terra,
Trabalho Cidadania).
O cadeião feminino virou
símbolo da falta de condições das presas. Fotos internas feitas pelo grupo foram
exibidas em uma exposição
em 2005 para denunciar o
tratamento de presas.
A Secretaria da Segurança
Pública informou que não
iria se manifestar porque
desconhecia a decisão.
(GILMAR PENTEADO)
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