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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/INVESTIMENTOS
Venda de ações da Infraero demora 18 meses
Esse é o tempo previsto pelo governo federal para concluir a operação de ofertar ao mercado as suas ações da Infraero
Congresso precisa autorizar a abertura de capital da estatal; o governo conta com esse dinheiro para investir nos aeroportos
SHEILA D'AMORIM
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo calcula que o processo de venda de parte das
ações da Infraero que hoje pertence à União demorará um
ano e meio para ser concluído.
Segundo o ministro Paulo
Bernardo (Planejamento) esse
é o prazo necessário para conseguir a autorização do Congresso para abrir o capital da
empresa, transformá-la numa
sociedade anônima e fazer a
oferta das ações na Bolsa.
Cotado para assumir a estatal, o ex-presidente do Banco
do Brasil Rossano Maranhão,
que atualmente trabalha no
banco Safra, foi apontado pelo
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva como tendo o perfil ideal
para comandar essa operação.
Segundo a Folha apurou,
apesar de ter se colocado à disposição do governo, Maranhão
disse, em conversa com pessoas próximas, que sua especialidade é "gerir bancos" e
que, agora, "as pessoas querem
viajar sem esse caos". Por isso,
avalia, o governo precisa de alguém que dê uma resposta rápida do ponto de vista operacional e teria argumentado que
seu nome seria a última opção.
O governo conta com o dinheiro que será obtido com a
venda das ações para reforçar
os investimentos nos aeroportos. Bernardo diz que ainda não
está definido quantas ações serão vendidas. Porém, estudos
na área econômica consideram
que até 20% do total das ações
poderiam ser negociados num
primeiro momento.
Para Bernardo, a única decisão até agora é que a empresa
continuará sob o controle do
governo federal. "Ninguém está discutindo privatização. Está
claro que a Infraero continuará
a ser uma empresa pública."
Enquanto não pode contar
com os recursos da venda das
ações, o governo trabalhará
com os R$ 3 bilhões já previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) -que
incluem verba do Orçamento
da União e da Infraero. Outros
R$ 2 bilhões de obras do PAC
que estão paradas deverão ser
remanejados para o setor.
Além disso, Bernardo espera
contar também com investimentos privados, frutos de
uma parceria que será fechada
nos próximos seis meses. A
idéia do ministro, que começou
a ser negociada entre ele e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) com as companhias aéreas
na última quarta-feira, é deixar, por exemplo, construção
de estações e terminais por
conta do setor privado.
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