São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

No DF, uso "cresce de maneira gradativa", afirma promotor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crack ganhou relevância nas estatísticas da Polícia Civil do Distrito Federal no ano passado. Desde então, diz a polícia, vem substituindo a merla [um subproduto da cocaína, em pasta] e atraindo a classe média.
"A merla é muito consumida pela periferia. No crack, há pessoas da classe média", diz João Emílio de Oliveira, chefe da coordenação de repressão às drogas da corporação.
De família de classe alta de Brasília, Fernando (nome fictício) diz que o crack virou "modinha" na capital. "Não é mais uma droga da ralé, já está em todas as camadas sociais."
Ex-usuário de maconha, ácido, mescalina, cocaína, heroína e ecstasy, ele diz que foi o crack que causou nele o efeito mais devastador, "não só para a saúde, mas para a mente e o espírito". Internado, ele está afastado da droga há mais de dois meses.
O crescimento do consumo de crack no Distrito Federal é percebido nas estatísticas da polícia. Em 2006, a corporação apreendeu 2,85 gramas de crack. No ano seguinte, o total saltou para 562 gramas. Nos cinco primeiros meses de 2008, a apreensão já supera todo o ano de 2007: 722,5 gramas.
Ainda fora das estatísticas, uma operação da polícia no fim de maio apreendeu 1,9 kg de crack, segundo o delegado Luiz Alexandre Gratão, também da coordenação de drogas.
Apesar de atingir a classe média, a droga ainda prevalece na classe baixa, principalmente entre moradores de rua. Comparada com cocaína e merla, a circulação ainda é pequena, segundo Newton Cezar, promotor de entorpecentes do Distrito Federal. "Não é uma coisa que está disseminada, mas cresce de maneira gradativa.
(ANGELA PINHO E JOHANNA NUBLAT)



Texto Anterior: Droga chega ao cérebro em 10 segundos
Próximo Texto: Foco: Moradora de bairro nobre de SP diz que começou a usar crack aos 12 anos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.