DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

E DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, anunciou que a partir de 2002 o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deverá ser realizado em todas as cidades que têm cursos de ensino médio. Ele fez essa afirmação durante balanço da prova realizada ontem em 277 municípios.
A estimativa preliminar apresentada por Paulo Renato foi que cerca de 80% do 1,6 milhão de inscritos compareceram aos 1.934 locais da prova. Os resultados obtidos pelos alunos sairão na segunda quinzena de novembro.
O Enem é um exame voluntário, aplicado aos estudantes que estão concluindo o 2º grau ou já o concluíram. Ele é realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao Ministério da Educação.
O resultado do desempenho individual do aluno é aceito por 276 instituições de ensino superior (20% do total existente no país), no processo de avaliação para ingresso em cursos de graduação. Algumas substituem integralmente o vestibular por ele. Outras substituem a primeira etapa ou acrescentam pontos nessa fase.
Paulo Renato disse que no futuro o resultado servirá para ingresso em escolas técnicas e no mercado de trabalho.
Este foi o quarto ano de realização do Enem. No primeiro, participaram 100 mil alunos. No ano passado, houve 390 mil inscritos.
O número de participantes praticamente quadruplicou neste ano porque o governo dispensou o pagamento da taxa, de R$ 32, para os alunos de escolas públicas, os que concluíram o exame supletivo nos últimos 12 meses e os que se declararam carentes.

Enem do "apagão"
Muitas das 63 questões tratavam do racionamento de energia. Uma delas, de física, pedia que se calculasse quanto deveria durar o banho de uma determinada família para que se enquadrasse nas metas do governo. Vários alunos ouvidos em São Paulo disseram que boa parte das questões estavam relacionadas ao cotidiano.
Professores do cursinho Etapa, que analisaram os testes, destacaram o fato de as questões exigirem mais raciocínio e compreensão do que fórmulas decoradas. "Com uma leitura atenta, alunos de qualquer canto do país poderiam responder corretamente à maioria das questões", disse Élio Mega, da área de exatas do Etapa.



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