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Combate às fraudes não é
organizado
Rogério Cassimiro/Folha Imagem
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Caixas de remédios falsos apreendidos pela polícia |
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma tímida tentativa de
inverter a crescente onda
de falsificações de medicamentos no país começou
em junho último, com um
encontro em Foz do Iguaçu que reuniu a Anvisa, as
polícias Civil, Federal e
Rodoviária, vigilâncias sanitárias estaduais, Ministério Público, Receita Federal e Febrafarma (federação das indústrias farmacêuticas), entre outros.
Na prática, o encontro
serviu para reunir, pela
primeira vez, grupos que
atuam numa mesma área,
mas que não se falam. "Dificilmente somos procurados pela Anvisa ou pelas
vigilâncias", diz Amaury
de Souza Júnior, perito
criminal da PF.
É o que também pensa
um policial de São Paulo,
que prefere não ser identificado por estar no meio
de uma investigação sobre
falsificação. "Não há conversa. As vigilâncias sanitárias e os laboratórios
têm informações que poderiam ajudar muito as investigações, mas elas nunca chegam até nós", diz ele.
De acordo com Claudio
Sombrini, gerente de manufatura do laboratório
Eli Lilly, fabricante do Cialis -droga que mais teve
denúncia de falsificação-,
os grandes laboratórios já
adotam medidas de segurança suficientes para coibir as falsificações.
Mundo
A falsificação de remédios é uma preocupação
mundial e, segundo a OMS
(Organização Mundial da
Saúde), uma ameaça negligenciada que prejudica sobretudo os países pobres.
Na Índia, por exemplo,
as falsificações representam até 30% dos produtos.
Nos países ricos, são comuns falsificações de medicamentos para doenças
crônicas ou para o bem-estar, como o Viagra. Já nos
países pobres, os mais afetados são os antibióticos.
Para a indústria farmacêutica, apenas 1% da produção mundial é atingida
pelas falsificações. Ainda
assim, pesquisadores dizem que os remédios falsificados retardam o diagnóstico, comprometem o
tratamento e matam.
(CC)
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