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Crise e descompasso de propostas já causaram oito protestos
da Reportagem Local
A crise financeira e o descompasso das propostas da prefeitura
já foram responsáveis por pelo
menos oito protestos de trabalhadores do setor de transporte na cidade de São Paulo.
O último protesto ocorreu nesta
semana, envolvendo motoristas e
cobradores de ônibus, que queriam a aprovação de lei que garante o emprego de cobradores, e
perueiros, que brigam pela legalização da categoria.
Mas não foi nem o único do
mês. No dia 6 de agosto, cerca de
1.000 motoristas de ônibus depredaram a Secretaria dos Transportes e chegaram a ferir assessores
do secretário municipal, Getúlio
Hanashiro.
O motivo não foi falta de pagamento nem demissões, mas um
protesto para que a prefeitura
combatesse os perueiros, vistos
como concorrentes dos ônibus.
O mesmo ocorreu em 1º de junho. Cerca de 54 mil passageiros
ficaram sem transporte por causa
de um protesto.
O motivo: os manifestantes, resultantes de uma união de motoristas de ônibus, empresários do
setor e taxistas, protestavam contra a intenção anunciada pelo prefeito de sancionar a lei que legalizava cerca de 4.100 perueiros e reduzia a frota de ônibus.
Nenhuma das duas intenções
anunciadas foi concretizada até
hoje, porque o prefeito, depois da
manifestação, voltou atrás de sua
posição.
Abril foi cenário de transtornos
semelhantes.
Nos dias 6 e 7 daquele mês, cerca de 3 milhões de passageiros
acabaram prejudicados por um
protesto que causou 116 km de
congestionamento de manhã.
Nas reivindicações, havia um
fundo de cunho financeiro, que
era o pagamento igual, por todas
as empresas, de R$ 200 a título de
participação nos lucros. Mas as
intenções da prefeitura também
alimentaram o protesto: os manifestantes queriam a manutenção
do emprego do cobrador nos ônibus com catraca, garantia ameaçada em discursos por Pitta.
Houve diversas ocasiões em que
a razão da revolta foi mesmo o
atraso no pagamento de salários.
Foi o motivo mais frequente.
Em 19 e 20 de julho, 2.000 ônibus pararam e deixaram 700 mil
passageiros sem transporte. Houve violência, ônibus depredados e
incendiados, e um trânsito (recorde até então) com 106 km congestionados.
A razão foi financeira: faltou vale-refeição e o adiantamento salarial não foi pago em dia.
As empresas alegaram que não
pagaram porque não haviam recebido da prefeitura.
Já havia acontecido o mesmo
dois dias antes, com efeitos mais
brandos. Cerca de 32% dos motoristas de ônibus da cidade pararam por falta de vale-refeição, e 58
mil passageiros ficaram sem
transporte.
A SPTrans ameaçou acionar
empresas e motoristas por perdas
e danos na Justiça.
Segundo o Transurb, sindicato
das empresas de ônibus, os atrasos da prefeitura no pagamento
do repasse para o transporte vêm
desde setembro do ano passado.
Em janeiro, já havia registros de
problemas. Nos dias 20 a 27 de janeiro deste ano, motoristas e cobradores da Masterbus foram até
a prefeitura, com 70 ônibus. Queriam o salário atrasado.
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