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Condenado a 6 anos réu de Vigário Geral
da Sucursal do Rio
O ex-policial militar, Roberto
Cézar do Amaral Jr. foi condenado a seis anos de prisão em regime semi-aberto, no início da madrugada de ontem, no 2º Tribunal
do Júri do Rio de Janeiro, pela
morte de uma das vítimas da chacina de Vigário Geral, ocorrida na
madrugada do dia 30 de agosto de
1993. Ele foi o terceiro condenado
pelo massacre até hoje.
Como a sentença foi de seis
anos de reclusão e o réu já está
preso há cinco anos, 11 meses e 11
dias, faltando apenas 19 dias para
cumprir toda a pena, o juiz José
Geraldo Antônio, presidente do
2º Tribunal, concedeu a ele o direito de recorrer em liberdade.
O alvará de soltura foi expedido
ontem mesmo e o condenado deixou o tribunal em liberdade.
Na ocasião, um grupo de 50 homens fortemente armados e encapuzados invadiu a favela e atirou
contra os moradores, matando 21
pessoas e ferindo outras quatro.
No julgamento, que começou
na terça-feira e durou 36 horas, o
ex-policial militar, 14º réu a ser
julgado pelo 2º Tribunal, foi absolvido da acusação de homicídio
dos outros 20 moradores, e de
tentativa de assassinato contra
quatro pessoas.
Durante o primeiro dia de julgamento, a sessão chegou a ser interrompida a pedido da defesa,
que alegou não ter conhecimento
de fitas de vídeo citadas pelo Ministério Público. As fitas reproduziam reportagens feitas na época.
O juiz também exibiu slides, mostrando as vítimas e os ferimentos
provocados pelas balas.
O promotor Júlio César Lima
disse que vai recorrer contra a
sentença que condenou o ex-policial apenas pela morte de José dos
Santos, uma das vítimas do massacre. Ele quer a condenação por
todos os assassinatos e tentativas
de homicídio.
Os defensores públicos Darci
Burlardi Cardoso e Nilsomaro de
Souza Rodrigues disseram que
vão conversar com o condenado
para saber se ele quer entrar com
recurso contra a condenação.
Amaral Jr., que chorou durante
o julgamento, afirmou o tempo
todo que era inocente das acusações. Ele contou que estava dormindo na casa da mãe na madrugada da chacina.
Testemunhas de acusação, entretanto, afirmaram que ele participou da reunião em que policiais
planejaram o massacre, e que ele
teve participação ativa nos assassinatos. Até agora, dos outros 32
acusados da chacina de Vigário
Geral, dois morreram antes de ser
julgados, dois foram condenados,
11 absolvidos e 17 aguardam julgamento.
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