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Nova técnica trata tumor cerebral
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
Os neurologistas brasileiros vão
conhecer na primeira semana de
setembro, em Gramado (RS), o
que há de mais avançado no
mundo em termos de tratamento
de tumores no cérebro.
A neuronavegação, pouco conhecida no Brasil, será apresentada pelo médico neurologista alemão Rudolph Fahlbusch no 8º
Congresso da ABNC (Academia
Brasileira de Neurocirurgia), que
ocorrerá entre 1º e 7 de setembro.
Pela neuronavegação é possível
localizar um tumor cerebral e tratá-lo de forma isolada. Uma das
vantagens é a diminuição do impacto da terapia contra o câncer
no organismo, em uma das formas mais perigosas de tumor.
De acordo com o presidente da
ABNC, Ápio Antunes, a segurança com que o tumor é detectado
por meio desse método pode diminuir a necessidade de quimioterapia em 20% dos casos em que
é necessária a aplicação desse tratamento.
O método, utilizado há quatro
anos na Europa e nos Estados
Unidos, depende do manuseio de
um aparelho que, segundo Antunes, custa cerca de US$ 300 mil.
Em um exame comum de tumor cerebral, os médicos têm de
fazer uma "janela" (corte) de cinco centímetros por cinco centímetros para identificar o local onde está a lesão.
Pela neuronavegação, os médicos fazem primeiro uma ressonância magnética do cérebro, que
permite uma espécie de mapeamento do cérebro. Sobre a ressonância, é utilizado um apontador,
um aparelho semelhante a uma
broca de dentista acoplado a um
computador.
O computador, por sua vez, é ligado a um monitor de televisão
que auxilia os médicos.
O apontador, colocado sobre a
ressonância na tela, localiza o
ponto exato onde está o tumor e
onde deve ser feita a janela. Ou seja, com a janela, há uma certeza de
que a lesão será indicada no local
correto. O tamanho da janela será
equivalente ao tamanho do tumor.
Se a lesão não aparecer com esse
rastreamento superficial, o aparelho tem um segundo recurso, em
relação à profundidade: pode alcançar quantos milímetros forem
necessários, caso o tumor esteja
no interior do crânio.
Além de Fahlbusch, estarão no
evento em Gramado convidados
norte-americanos, europeus e
asiáticos.
Haverá, paralelamente ao congresso, o curso de educação continuada em neurocirurgia.
Serão discutidos também novos
sistemas para tratamento de isquemia (com a utilização de cateter no lugar da cirurgia) e a possibilidade de se realizar cirurgias
para tratar o mal de Parkinson e a
epilepsia.
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