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TRÂNSITO
Tecnologia permite pedágio urbano eletrônico, mas governo diz que intenção é saber tempo gasto em percurso
Gestão Serra testa chip que monitora veículo
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo José Serra (PSDB)
firmou uma parceria para a instalação de equipamentos que permitem a identificação e localização automática de veículos que
circulam no quadrilátero das avenidas Rebouças, Nove de Julho,
Paulista e marginal Pinheiros.
Trata-se de um sistema de radiofreqüência que prevê a colocação de antenas nessas vias e a instalação de etiquetas eletrônicas
com chips em alguns automóveis
e ônibus, cuja circulação nessa região passará a ser monitorada,
sendo possível saber onde eles estão e seus tempos de percurso.
A empresa CCBR - Catel Construções do Brasil fará os testes por
seis meses em até 500 veículos inicialmente, sem ônus para a prefeitura. Ela já participa da cobrança
eletrônica de pedágio, conhecida
como Sem Parar, nas estradas,
por meio de etiquetas instaladas
no pára-brisa dos veículos.
A tecnologia que será avaliada é
a mesma que sempre foi apontada como uma das principais alternativas para a implantação de pedágios urbanos eletrônicos, forma de restrição veicular que prevê
a taxação do uso do automóvel.
A escolha de um quadrilátero da
cidade de São Paulo conhecido
por seus congestionamentos para
os primeiros testes reforçou essa
suspeita dentro da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego),
mas essa intenção é negada com
veemência pelo governo tucano.
A administração Serra diz que a
implantação do projeto piloto de
radiofreqüência visa estudar ferramentas de gerenciamento do
trânsito e do transporte público.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal dos Transportes cita como exemplo a possibilidade de saber os tempos de deslocamento dos veículos monitorados, informação que, no futuro,
poderia ser disponibilizada a todos os motoristas em tempo real.
Nos ônibus, a nova tecnologia
poderia ajudar ainda a apontar
sua localização, inclusive como
forma de controle dos itinerários.
Técnicos municipais avaliam
que, mesmo que a gestão Serra
não tenha a intenção de adotar algum tipo de pedágio urbano no
centro, a existência do sistema ao
menos facilita a adoção de medidas semelhantes no futuro.
O atual presidente da CET, Roberto Scaringella, é defensor desde os anos 90 da implantação de
pedágio urbano eletrônico nas
principais vias da capital. No governo Serra, porém, diz que a proposta é descartada pelo prefeito.
A gestão tucana só admite estudos para construir novas pistas
nas marginais, nas quais poderia
haver uma cobrança localizada.
Entre os lugares que já adotaram
medidas de pedágio urbano para
restringir os automóveis estão as
cidades de Singapura e Londres.
O governo Lula começou a preparar uma legislação para dar respaldo aos municípios que queiram adotar propostas desse tipo.
O plano do Ministério das Cidades fixará diretrizes da política de
mobilidade nas quais recomenda
às prefeituras a adoção de diversos instrumentos de racionalização do espaço viário, incluindo a
taxação pelo uso dos carros.
O sistema que será testado pela
Prefeitura de São Paulo é mais
uma das tecnologias no trânsito
adotadas em 2005. A principal
novidade do ano foi a adoção de
câmeras que fazem a leitura automática de placas, como maneira
de flagrar infratores burlando as
regras do rodízio de veículos.
A CET também reativou ontem
mais 20 câmeras de fiscalização
para multar quem ultrapassa no
semáforo vermelho. No final de
agosto, outras 20 tinham sido religadas. Dentro de um mês haverá
mais 17 aparelhos, totalizando 57.
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