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Cesgranrio fala hoje sobre erros na prova do Enem
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fundação Cesgranrio, responsável pela elaboração do
Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), deverá se pronunciar
hoje sobre as imprecisões e erros
apontados por especialistas na
prova do domingo, que teve cerca
de 3 milhões de candidatos.
A equipe da entidade está reunida e avalia se as questões serão ou
não anuladas.
Para David Simões, coordenador-geral de instrumentos e medidas educacionais do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a pergunta 25 da prova
amarela é a mais duvidosa. A resposta considerada correta pelo
gabarito oficial diz que uma tira
do cartunista Henfil -que ironiza o machismo- faria uma crítica à situação de vida dos aposentados. "Essa questão está fragilizada", afirma Simões.
Outras três são apontadas como
equivocadas. Uma delas, a 49, é
unanimidade entre os professores
de cursinho, pois mostrava a legenda de um gráfico invertida.
Mais sete questões ainda continham erros de português ou imprecisões.
Segundo o professor de português do Objetivo, Francisco Achcar -que lecionava também na
USP e Unicamp-, as perguntas 9
e 63 apresentam problemas. A
primeira trata sobre um texto de
Mário de Andrade, cuja resposta
apontava a alternativa B. De acordo com ele, nenhuma das alternativas serve. "A resposta diz que o
texto falava de diferenças lingüísticas e econômicas. Mas eram só
lingüísticas", diz o professor.
Já a 63 comparava um desenho
de Candido Portinari a um texto
de Machado de Assis. "Não é possível dizer se um é fiel ao outro,
como cobra a questão. A pergunta tem o nível mais baixo do jogos
de sete erros de crianças", disse.
Ao todo, além das quatro questões mais problemáticas outras
sete apresentam erros de português ou de conceito, além de textos literários com transcrições
inexatas. A pergunta 39, da prova
amarela, confunde latitudes
maiores com menores, que são as
mais próximas à linha do Equador. Até hoje, segundo informações do Inep, não houve perguntas anuladas no Enem. O único
problema ocorreu em 2004,
quando o gabarito oficial apresentava respostas alteradas.
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