São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2005

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Cesgranrio fala hoje sobre erros na prova do Enem

DA REPORTAGEM LOCAL

A Fundação Cesgranrio, responsável pela elaboração do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), deverá se pronunciar hoje sobre as imprecisões e erros apontados por especialistas na prova do domingo, que teve cerca de 3 milhões de candidatos.
A equipe da entidade está reunida e avalia se as questões serão ou não anuladas.
Para David Simões, coordenador-geral de instrumentos e medidas educacionais do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a pergunta 25 da prova amarela é a mais duvidosa. A resposta considerada correta pelo gabarito oficial diz que uma tira do cartunista Henfil -que ironiza o machismo- faria uma crítica à situação de vida dos aposentados. "Essa questão está fragilizada", afirma Simões.
Outras três são apontadas como equivocadas. Uma delas, a 49, é unanimidade entre os professores de cursinho, pois mostrava a legenda de um gráfico invertida. Mais sete questões ainda continham erros de português ou imprecisões.
Segundo o professor de português do Objetivo, Francisco Achcar -que lecionava também na USP e Unicamp-, as perguntas 9 e 63 apresentam problemas. A primeira trata sobre um texto de Mário de Andrade, cuja resposta apontava a alternativa B. De acordo com ele, nenhuma das alternativas serve. "A resposta diz que o texto falava de diferenças lingüísticas e econômicas. Mas eram só lingüísticas", diz o professor.
Já a 63 comparava um desenho de Candido Portinari a um texto de Machado de Assis. "Não é possível dizer se um é fiel ao outro, como cobra a questão. A pergunta tem o nível mais baixo do jogos de sete erros de crianças", disse.
Ao todo, além das quatro questões mais problemáticas outras sete apresentam erros de português ou de conceito, além de textos literários com transcrições inexatas. A pergunta 39, da prova amarela, confunde latitudes maiores com menores, que são as mais próximas à linha do Equador. Até hoje, segundo informações do Inep, não houve perguntas anuladas no Enem. O único problema ocorreu em 2004, quando o gabarito oficial apresentava respostas alteradas.


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