DO "AGORA"

Grupos que invadiram alguns apartamentos do Condomínio Cidade do Sol, do Jardim Imperador, estão vendendo os imóveis por até R$ 200. Já os moradores "legalizados", que foram sorteados pelo Programa de Verticalização e Urbanização de Favelas, chegam a vendê-los por R$ 8.000.
Os 380 apartamentos do condomínio foram construídos pela Prefeitura de São Paulo para os moradores da favela Heliópolis.
Pelo projeto, as famílias começam a pagar a mensalidade de R$ 57 a partir de setembro de 2002. O financiamento é de 25 anos.
Só no bloco B, cinco apartamentos já foram vendidos e outros quatro estão à venda.
"Muita gente está vendendo porque não dá conta de morar aqui. Tem que pagar condomínio, aluguel e luz. Eu mesmo vendi o meu e agora moro com minha cunhada", disse uma moradora que não quis se identificar.
Ela vendeu seu apartamento por R$ 7.000 e agora vive com a cunhada no terceiro andar do mesmo prédio. A cunhada também vai vender o dela. Quando isso acontecer, as duas famílias voltam a morar na favela Heliópolis.
Já um rapaz, que invadiu um apartamento na segunda-feira, repassou o imóvel por R$ 200.
O secretário municipal da Habitação, Paulo Teixeira, disse que a venda desses apartamentos é ilegal e os compradores, se descobertos, estarão sujeitos a despejo.
Segundo informações da secretaria, os moradores entram nos apartamentos apenas com um termo de permissão de uso, sem nenhum valor jurídico. Esse documento é impróprio para a transferência de compra e venda.
Para reaver os apartamentos invadidos, Teixeira afirmou que a prefeitura vai entrar com uma liminar de reintegração de posse. (RITA MAGALHÃES)



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