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Casal infértil pode ser prejudicado
por projeto
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Médicos de três associações da
área de medicina reprodutiva e ginecologia, que representam 20
mil especialistas no Brasil, afirmam que as possibilidades de
gravidez de um casal infértil deverão cair se o projeto substitutivo
do senador Tião Vianna (PT-AC)
for aprovado.
O texto prevê a redução do número de embriões produzidos e
implantados nas tentativas de fertilização "in vitro" e a quebra do
anonimato nas doações de sêmen
e óvulos, entre outras coisas.
O projeto de Vianna foi aprovado nesta semana na Comissão de
Constituição e Justiça e deve ser
discutido em plenário.
Os médicos enviaram documento ao senador em que se dizem contrários a essas questões.
Hoje, os médicos seguem uma
resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) que limita em
quatro o número de embriões
transferidos, mas não restringe a
produção.
O projeto aprovado diz que apenas dois embriões podem ser produzidos e transferidos para o útero. Para os médicos, o projeto não
leva em conta as dificuldades técnicas que existem para se conseguir embriões "saudáveis".
Segundo Edson Borges Júnior,
presidente da SBRA (Sociedade
Brasileira de Reprodução Assistida), para conseguir dois embriões
viáveis, ou seja, com chance de serem fixados no útero, os médicos
precisam de pelo menos oito óvulos.
"Se a gente tiver que partir de
dois para fazer essa seleção, de
30% a 50% dos casais não terão
embrião para transferir", afirma
Borges Júnior. Para cada embrião
implantado, a taxa média de gravidez é 15%. As mulheres acima
de 40 anos têm menos chances.
A quebra do anonimato nas
doações de sêmen e óvulos é outro ponto polêmico. "Quem vai
querer saber de doar óvulo ou esperma com possibilidade de, no
futuro, ter um filho batendo na
porta", diz o ginecologista José
Gonçalves Franco Júnior.
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