São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2005

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Policial é formado para a coletividade, diz comandante

DA REPORTAGEM LOCAL

O comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, afirmou que o bico é antiético e os policiais, ao entrar na instituição, sabem do salário e das condições de trabalho. "Aqui ninguém é enganado", disse.
Segundo ele, as pessoas que fazem concurso para ingressar na corporação declararam salário anterior inferior ao oferecido ao policial militar em início de carreira. "É lógico que, filosoficamente, eu gostaria que o policial recebesse mais. Mas o Estado faz o seu limite."
Borges é contrário à regularização do bico, mesmo que controlado pelo Estado. "O problema é a dupla jornada. Um policial extenuado vai atender mal a população", disse o coronel. Segundo ele, dos 295 demitidos ou expulsos da PM em 2005, menos de 10% foram punidos dessa forma por causa do bico. Entre os demitidos estão 20 PMs que faziam a segurança de Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, considerado o maior contrabandista de cigarros do país pela Polícia Federal.
"Não dá para comparar a situação de quem faz bico em um condomínio com a situação de quem faz segurança para o maior contrabandista do país", afirmou. Para ele, além de ilegal, o bico é antiético. "O Estado forma uma policial para ele atuar para a coletividade."


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