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São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003

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URBANISMO

Mesmo com disputa jurídica ainda em andamento, prefeitura anuncia construção do prédio no parque Ibirapuera

Após 9 meses, obra de auditório vai começar

SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A pedra fundamental foi lançada em fevereiro, mas somente no final do ano o auditório de música do parque Ibirapuera -previsto no projeto original do arquiteto Oscar Niemeyer e alvo de contestações na Justiça- começará a sair do papel. O anúncio foi feito ontem pela prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), durante a apresentação das obras do plano diretor do parque, que têm até três anos para serem concluídas.
Apesar de tramitar na Justiça ação do Ministério Público contra o auditório, o departamento jurídico da empresa de telefonia TIM (patrocinadora da obra) e a Secretaria de Negócios Jurídicos não vêem mais impedimentos para o início da obra. Eles se baseiam em decisões judiciais que já autorizaram o auditório no parque.
Se não houver mais barreiras judiciais, o auditório de música com capacidade para 830 pessoas -orçado em cerca de R$ 20 milhões- deverá ficar pronto no final de 2004, com quase um ano de atraso. Com o novo espaço, os shows que acontecem hoje na praça da Paz serão transferidos para a área do auditório. Na praça serão plantadas cerca de 300 mudas de árvores.
"Todos os aspectos legais foram cumpridos, principalmente após a obtenção dos certificados de licenciamento ambiental", afirmou o secretário de Negócios Jurídicos, Luís Tarcísio Ferreira.
Anteontem, o Cades (Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) aprovou o estudo de viabilidade ambiental para as obras do plano diretor, inclusive o auditório.

Obelisco
A prefeitura anunciou ontem outra intervenção que pode causar polêmica na cidade: a integração do Obelisco à área do parque. A obra, em fase inicial de estudo, pretende desviar a avenida Pedro Álvares Cabral, que passa entre o parque e o monumento, criando uma área verde no local.
De acordo com Adriano Diogo, secretário do Verde e do Meio Ambiente, a obra custaria cerca de R$ 2 milhões e poderia ser financiada pela iniciativa privada. "A integração pode ser feita e sem grandes obras viárias. Pretendemos também integrar o Monumento às Bandeiras, mas essa é ainda uma idéia mais distante."
A proposta é criticada pela ambientalista Patrícia Coelho, uma das conselheiras do Cades. "Eles estão anunciando uma obra que não estava no licenciamento ambiental. Eles não sabem o impacto que o desvio das vias pode causar no trânsito e não consultaram a população", afirmou.
Com prazo mais definido, a fonte multimídia no lago do parque, patrocinada pela rede de supermercados Pão de Açúcar, deverá ser inaugurada em janeiro. E a reforma do planetário, bancada pela construtora Cyrela, será concluída no final do ano que vem.
O plano diretor do parque prevê também a reformulação das ruas internas, com vias separadas para pedestres e ciclistas. A mudança depende do início das obras das garagens subterrâneas -projeto que está em fase de votação na Câmara Municipal. Uma das garagens subterrâneas ficaria ao lado do prédio da Bienal e a outra próxima ao Obelisco, acabando com os bolsões de estacionamento.
A mudança inclui ainda a transferência do Museu de Arte Moderna (MAM) para o prédio onde funciona a Prodam (companhia de processamento de dados do município). O atual prédio do MAM poderá ser demolido.
As mudanças começam já na próxima semana. Na segunda, o portão 10 será fechado para a retirada de uma camada de asfalto de uma área permeável do solo.


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