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Preocupação agora é com surto de doenças
DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das principais preocupações das autoridades de Santa Catarina agora é com surtos
de doenças nos locais das enchentes. Falta água nos hospitais e plantões improvisados
nas cidades atingidas. Médicos
temem um aumento de casos
de leptospirose.
Dois hospitais e pelo menos
três postos de saúde atendem
apenas casos de urgência em
Itajaí, onde a enchente atingiu
cerca de 80% das moradias.
O maior hospital da cidade
está sem água e o abastecimento de emergência é garantido
por caminhões-pipa ou galões
doados. A maioria dos atendidos precisa de sutura em ferimentos nas pernas.
Em Blumenau, que também
sofre falta de água, um dos quatro hospitais deixou de receber
pacientes devido a estragos
provocados pelas cheias.
Um hospital de campanha
com sete leitos foi montado na
garagem da sede do Corpo de
Bombeiros. Médicos voluntários percorriam 54 abrigos.
Prevenção
A Secretaria Estadual da Saúde distribuirá folhetos com medidas preventivas para evitar a
contaminação por hepatite A e
diarréias, em eventual consumo de água contaminada, ou
leptospirose, que pode ser contraída em contato com a urina
de ratos. O diretor de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria
da Saúde, Luis Antonio Silva,
afirmou ontem esperar um aumento nos casos de doenças como leptospirose, mas evita falar em risco de "epidemia".
"O cuidado nesse momento é
com a desinfecção. Estamos repassando à população botas, luvas e materiais de limpeza, produtos sanitários", disse.
Para o secretário-geral da
Cruz Vermelha Brasileira, Hugo Jorge Quiroga, será preciso
realizar um trabalho coordenado de prevenção de doenças
que podem assolar as vítimas
da inundação.
"Prevenção, palestras sobre
higiene pessoal, ações de vacinação, visitas domiciliares [de
médicos e agentes de saúde]
para orientação. Sem isso a situação pode ficar mais crítica
do que o fato em si. Tem que
ensinar que a pessoa não pode
comer um alimento que ficou
boiando ou teve contato com a
água de enchente", disse.
As cidades atingidas estão
monitorando as pessoas que tiveram contato com a água e que
são mais suscetíveis a doenças.
Casos de leptospirose ainda
não foram confirmados -a
doença pode levar 30 dias para
se manifestar.
Segundo a coordenadora do
Centro de Informações Toxicológicas, Marlene Zanin, em média 50 pessoas ligam para o
centro por dia por causa de picadas de animais peçonhentos,
na maioria aranhas venenosas.
A maior parte das ligações vem
da região de Blumenau.
(RENATA BAPTISTA, MATHEUS PICHONELLI, GUSTAVO HENNEMANN, PAULO HENRIQUE DE SOUSA e LUIS KAWAGUTI)
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