São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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Preocupação agora é com surto de doenças

DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das principais preocupações das autoridades de Santa Catarina agora é com surtos de doenças nos locais das enchentes. Falta água nos hospitais e plantões improvisados nas cidades atingidas. Médicos temem um aumento de casos de leptospirose.
Dois hospitais e pelo menos três postos de saúde atendem apenas casos de urgência em Itajaí, onde a enchente atingiu cerca de 80% das moradias.
O maior hospital da cidade está sem água e o abastecimento de emergência é garantido por caminhões-pipa ou galões doados. A maioria dos atendidos precisa de sutura em ferimentos nas pernas.
Em Blumenau, que também sofre falta de água, um dos quatro hospitais deixou de receber pacientes devido a estragos provocados pelas cheias.
Um hospital de campanha com sete leitos foi montado na garagem da sede do Corpo de Bombeiros. Médicos voluntários percorriam 54 abrigos.

Prevenção
A Secretaria Estadual da Saúde distribuirá folhetos com medidas preventivas para evitar a contaminação por hepatite A e diarréias, em eventual consumo de água contaminada, ou leptospirose, que pode ser contraída em contato com a urina de ratos. O diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, Luis Antonio Silva, afirmou ontem esperar um aumento nos casos de doenças como leptospirose, mas evita falar em risco de "epidemia".
"O cuidado nesse momento é com a desinfecção. Estamos repassando à população botas, luvas e materiais de limpeza, produtos sanitários", disse.
Para o secretário-geral da Cruz Vermelha Brasileira, Hugo Jorge Quiroga, será preciso realizar um trabalho coordenado de prevenção de doenças que podem assolar as vítimas da inundação.
"Prevenção, palestras sobre higiene pessoal, ações de vacinação, visitas domiciliares [de médicos e agentes de saúde] para orientação. Sem isso a situação pode ficar mais crítica do que o fato em si. Tem que ensinar que a pessoa não pode comer um alimento que ficou boiando ou teve contato com a água de enchente", disse.
As cidades atingidas estão monitorando as pessoas que tiveram contato com a água e que são mais suscetíveis a doenças. Casos de leptospirose ainda não foram confirmados -a doença pode levar 30 dias para se manifestar.
Segundo a coordenadora do Centro de Informações Toxicológicas, Marlene Zanin, em média 50 pessoas ligam para o centro por dia por causa de picadas de animais peçonhentos, na maioria aranhas venenosas. A maior parte das ligações vem da região de Blumenau. (RENATA BAPTISTA, MATHEUS PICHONELLI, GUSTAVO HENNEMANN, PAULO HENRIQUE DE SOUSA e LUIS KAWAGUTI)


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