São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

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Lembo descarta elo em ações em trem e metrô

Segundo ele, explosão de bomba caseira no metrô no sábado e incêndio em um trem anteontem são situações "diferentes"

Adolescente que teve 70% do corpo atingido por queimaduras e o fêmur fraturado em um trem ainda corria risco de morte ontem

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A explosão de uma bomba de fabricação caseira dentro de um vagão do metrô, ocorrida no sábado, e o incêndio em uma composição da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), anteontem, são "casos muito diferentes", segundo o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL).
"Eventos isolados"; de "natureza completamente diferente"; "não têm nada a ver um com o outro", foi como o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes, tratou as explosões no metrô e na CPTM. Segundo ele, as investigações policiais já "descartaram totalmente a hipótese de ataques em série."
As diferenças entre os dois eventos, segundo o secretário, começam com o tipo de explosivo usado. No trem do metrô que fazia a linha Vila Madalena-Imigrantes, a bomba de fabricação caseira produziu um forte estrondo, destruiu bancos, perfurou o teto e estourou os vidros das janelas do vagão, que estava vazio na hora do ataque. Mas não causou incêndio.
No trem com destino a Itapevi (Grande São Paulo) houve forte estrondo seguido por incêndio. Todo o vagão foi consumido pelas chamas. No momento da explosão, um único passageiro estava no vagão atingido, o adolescente William Costa de Silva, 16, que teve 70% do corpo atingido por queimaduras e o fêmur fraturado. Internado no hospital Geral de Itapevi, o jovem corria risco de morte até ontem à noite.
No caso do trem, a polícia não encontrou vestígios de artefatos explosivos. Segundo o secretário, investiga-se inclusive a hipótese de a detonação ter ocorrido sem querer. "Como poderia acontecer, por exemplo, com alguém que transportasse inadequadamente pólvora para fabricação de fogos", disse.

Sem reivindicações
Fernandes descarta a idéia de atentados, tanto no caso do metrô quanto da CPTM. "Se fosse atentado, ou a secretaria, ou a CPTM, ou vocês da imprensa, alguém teria recebido ameaças antes, o que não ocorreu. Também não ocorreu nenhum contato que reivindicasse a autoria do crime."
A bomba no metrô, que a polícia trata como ato de vandalismo, foi colocada no primeiro vagão da composição, que não é monitorado por câmeras porque está dentro do campo visual do maquinista. No trem, o explosivo estava localizado no último vagão.
A secretaria já encaminhou à Secretaria da Segurança Pública as gravações do circuito interno de televisão, mostrando todos os passageiros que entraram e saíram do vagão nos minutos que antecederam a explosão.
Por precaução, Metrô e CPTM pediram à Secretaria da Segurança Pública o aumento no número de agentes das polícias civil e militar nas estações e orientaram o aumento da ostensividade dos fiscais das próprias companhias.


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