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Suposta lista com nomes de brasileiros e paraguaios marcados para morrer faz políticos reforçarem segurança pessoal
Disputa por tráfico deixa prefeitos acuados
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CORONEL SAPUCAIA
Os prefeitos de Coronel Sapucaia (MS) e Capitán Bado, no Paraguai, reforçaram a segurança
pessoal após um boato da existência de uma lista com 40 nomes de
brasileiros e paraguaios que estariam "marcados para morrer".
A lista -que teria sido elaborada por traficantes- mudou a rotina da população das duas cidades. A maior parte dos bares e restaurantes fecha às 19h.
O prefeito eleito de Coronel Sapucaia (MS), Eurico Mariano
(PMDB), prefere não falar no assunto. A Agência Folha constatou
que pelo menos cinco seguranças
trabalham com o prefeito.
"Ele (prefeito) tem andado com
seguranças porque acabou de ser
eleito. Pode ser que alguém queira
se aproveitar da situação e tentar
alguma coisa contra ele", disse Jucimar de Sá, assessor de Mariano.
O prefeito figuraria na lista por
ser o genro de Mauro Morel, um
dos integrantes do "clã dos Morel", que teria sido assassinado a
mando do traficante Fernandinho Beira-Mar, na disputa pelo
poder do tráfico na região.
Já o prefeito de Capitán Bado,
Héctor Palácios, do Partido Colorado, apareceria na lista por ter
oferecido um suposto apoio político aos Morel. Palácios deixa o
cargo no final do ano, pois lá não é
permitida a reeleição. Além da
Polícia Nacional, um segurança
particular acompanha o prefeito.
Apesar de tentar minimizar as
ameaças, Palácios também evita
dar entrevistas. Siqueira Félix, assessor dele, disse não acreditar em
ameaças que seriam de Beira-Mar. "É só fofoca", disse.
Em Coronel Sapucaia, apenas
uma churrascaria esteve aberta
após as 19h na semana passada.
Bares que costumavam ficar abertos até tarde estão fechando mais
cedo depois que começou a disputa pelo domínio do tráfico na
região entre os Morel e o grupo ligado a Fernandinho Beira-Mar.
"Não podemos facilitar. Eu, por
exemplo, saio do trabalho e vou
direto para casa", disse o delegado
da Polícia Civil da cidade, Antenor Batista da Silva Júnior, 32.
A delegacia de Coronel Sapucaia possui dois agentes e um escrivão. De acordo com o delegado, apesar dos últimos crimes no
lado paraguaio e do trânsito de
traficantes na região, a principal
causa de homicídios na região é a
ocorrência de brigas após bebedeiras. Cerca de 15 assassinatos
são registrados por ano.
"Geralmente, os traficantes não
ficam por aqui", disse. A polícia
paraguaia não informou os números dos crimes em Capitán Bado.
(CBJr)
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