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Paciente diz que não foi levada a sério
DA SUCURSAL DO RIO
Roseana Tavares, 42, teve de esperar mais de duas horas para ser
atendida num hospital de Campo
Grande, na zona oeste do Rio,
apesar de apresentar todos os sintomas de um infarto agudo.
Ela conta que acordou sentido-se mal e pediu para a filha levá-la
ao médico. "Cheguei com muita
dor, aperto no peito, pálida e
suando. Disse achar que estava
sofrendo um infarto, mas, mesmo
assim, me mandaram aguardar."
Depois de esperar por duas horas, um homem, com os mesmos
sintomas, chegou ao hospital e foi
imediatamente atendido, de acordo com o relato de Roseana.
"Procurei os médicos e disse
que havia chegado antes e que estava com as mesmas dores. Contei até que os meus pais morreram
de ataque no coração e que, portanto, eu pertencia ao grupo de
risco. A única informação que recebi foi que estava muito nervosa", contou Roseana.
Quando finalmente foi atendida, os médicos diagnosticaram
um princípio de infarto e uma arritmia cardíaca. Ela ficou internada por duas semanas.
"Eles não me levavam a sério.
Perguntavam se eu tinha me
aborrecido com alguma coisa e
diziam que era apenas nervosismo. Chegaram a me dizer que deveriam ser gases. Não pensei que
o tratamento para homens e mulheres fosse diferente. Fiquei muito assustada ao ver que ninguém
me atendia", completou.
A aposentada Selene Lamenza,
63, passou mal durante duas semanas antes de ir a um hospital,
por não acreditar que poderia estar sofrendo um infarto.
"Eu sentia dores no peito, mas
pensei que poderia estar passando por uma crise de asma", disse.
Ela também não contou nada
para a família, pois temia a reação
dos parentes. "Não falei nada porque todos iriam achar que era
besteira, que era frescura minha."
Selene só decidiu procurar um
médico quando a dor se tornou
insuportável. Chegando ao hospital, se submeteu a um eletrocardiograma e ficou constatado que
estava tendo um infarto.
"Não imaginava que poderia
sofrer do coração. Achava que só
os homens tivessem ataques cardíacos", disse Selene, que teve de
passar por uma cirurgia de ponte
de safena.
(SP)
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