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Serra diz que SP assumirá dívida do Incor
Governo assumirá débito de R$ 120 milhões com o BNDES, desde que o banco renegocie as condições de pagamento
Equipamentos do Incor serão repassados para o patrimônio do Estado; Fundação terá de reduzir folha de pagamento
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), anunciou
ontem que assumirá a dívida da
Fundação Zerbini, que administra o Instituto do Coração de
SP, com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).
A medida era uma exigência
do banco para renegociar a dívida de R$ 120 milhões -referente a empréstimo tomado há
mais de 10 anos para a construção de um anexo do prédio
principal do Incor.
A fundação é um órgão de
apoio ao hospital, o maior de
cardiologia da América Latina.
Está em crise financeira desde
o ano passado -além da dívida
com o BNDES, a fundação deve
mais R$ 126 milhões para outras instituições (segundo Serra, com a negociação, a fundação terá condições de arcar
com o restante da dívida).
Caso a renegociação com o
BNDES seja confirmada, a
principal vantagem para o Estado, segundo o secretário da
Saúde, Luiz Roberto Barradas
Barata, será a passagem de todos os equipamentos do hospital da fundação para o patrimônio do governo estadual.
Além disso, mudará a correlação de forças no conselho deliberativo da instituição -a
fundação terá apenas 4 membros dos 8. Hoje possui 6. Os
demais serão indicados pelo
Hospital das Clínicas e outros
órgãos convidados.
Outra exigência do governo
para assumir a dívida foi a de
que Zerbini deixe de administrar o Incor de Brasília. Isto é,
será preciso encontrar outra
entidade para cuidar da "filial".
Além disso, o governo solicitou corte de 70% dos funcionários administrativos da Zerbini
e estabelecimento de um teto
salarial equivalente ao do funcionalismo estadual.
Segundo o governador Serra,
o BNDES tem interesse na negociação "porque ele está com o
mico na mão, referindo-se às
dificuldades da fundação para
honrar a dívida.
Fundação
Segundo o atual presidente
do conselho curador da Zerbini, Jorge Kalil, a maior parte
das medidas em negociação já
vinha sendo implementada, como o corte de funcionários.
Aldemar Sabino, diretor da
fundação, porém, destacou que
antes de retirar a Zerbini da
gestão do Incor de Brasília é
preciso resolver a dívida da unidade, de R$ 30 milhões.
Em 2006, o então governador Claudio Lembo (PFL) disse
que o governo não ajudaria financeiramente a fundação, por
ser uma entidade privada.
Após a posse de Serra, o governo mudou de opinião.
"Quando assumi, disse ao [secretário] Barradas: "olha, podemos entrar desde que eles cumpram um mínimo de exigências
para melhorar o problema a
médio prazo'", disse Serra. "Senão não adianta nada, você resolve, socorre, e o problema se
reproduz daqui a alguns anos."
Sabino, diretor da fundação,
comemorou: "Nós não temos
dinheiro [para pagar a dívida].
O Serra entendeu."
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