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Capital paulista terá R$ 2,8 milhões para programas de combate à Aids
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo terá
R$ 2,8 milhões para investir em
prevenção, diagnóstico e tratamento de Aids neste ano. Do total, R$ 2 milhões são recursos do
Banco Mundial -distribuídos
pelo Ministério da Saúde- e R$
800 mil são a contrapartida da Secretaria Municipal da Saúde.
Apesar de ter o maior percentual das notificações de Aids no
país -cerca de 21% ou 41.607 dos
196.016 casos registrados-, a cidade de São Paulo passou cinco
anos sem receber a verba federal.
Segundo o ministro José Serra,
isso aconteceu porque as gestões
de Paulo Maluf (PPB) e Celso Pitta (PTN) não tinham projetos para a área. Nesse período, o governo estadual ficou responsável pelos investimentos.
Segundo Serra, do dinheiro disponível neste ano, R$ 1,3 milhão
será investido no fortalecimento
da rede laboratorial, em treinamento e na administração de projetos desenvolvidos pela Coordenação Municipal de DST/Aids.
Em compra de medicamentos
para doenças sexualmente transmissíveis (DST) e no diagnóstico
e acompanhamento dos portadores de Aids, será gasto R$ 1,1 milhão. Para campanhas de prevenção, estão destinados R$ 400 mil.
Prevenção
No ano passado, 1.300 pessoas
morreram de Aids na cidade de
São Paulo, segundo dados do Pro-Aim (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São
Paulo). A doença é a nona maior
causa de óbitos, com 2% do total.
Em 23 das 41 regionais de saúde
do município, a Aids está entre as
dez principais causas de morte. A
situação é mais preocupante em
Sapopemba (zona sudeste), onde
a doença é a quinta maior razão
de óbito, com 45 das 1.383 mortes.
O coordenador de DST/Aids do
município, Fábio Mesquita, ainda
não sabe o que determina essa situação e diz que será preciso uma
investigação maior. "Mas é nas
áreas em que a doença mais mata
que vamos concentrar os esforços
de prevenção", afirma.
Evitar o surgimento de novos
casos é a prioridade da Coordenação e do Ministério da Saúde, segundo o qual, São Paulo tem
4.000 novas ocorrências de Aids
por ano. As mulheres casadas serão um dos principais alvos das
ações preventivas.
A prevenção é, na avaliação do
ministério, a maior carência hoje
das campanhas contra a Aids.
"Ainda falta avançar muito na
área de prevenção porque ela mexe com comportamento humano", afirma Serra. "A resposta das
atividades de assistência é mais
consistente do que a das de prevenção, que ainda são irregulares", completa Mesquita.
A distribuição dos 12 medicamentos anti-retrovirais que compõem o coquetel de combate à
Aids é a principal responsável pela redução da mortalidade em
consequência da doença.
Mesmo sem os recursos do ministério, a cidade de São Paulo teve uma redução de 53,2% nas
mortes por Aids desde 1996. No
Estado, a queda foi de 50%.
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