São Paulo, quarta-feira, 28 de março de 2001

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Capital paulista terá R$ 2,8 milhões para programas de combate à Aids

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo terá R$ 2,8 milhões para investir em prevenção, diagnóstico e tratamento de Aids neste ano. Do total, R$ 2 milhões são recursos do Banco Mundial -distribuídos pelo Ministério da Saúde- e R$ 800 mil são a contrapartida da Secretaria Municipal da Saúde.
Apesar de ter o maior percentual das notificações de Aids no país -cerca de 21% ou 41.607 dos 196.016 casos registrados-, a cidade de São Paulo passou cinco anos sem receber a verba federal.
Segundo o ministro José Serra, isso aconteceu porque as gestões de Paulo Maluf (PPB) e Celso Pitta (PTN) não tinham projetos para a área. Nesse período, o governo estadual ficou responsável pelos investimentos.
Segundo Serra, do dinheiro disponível neste ano, R$ 1,3 milhão será investido no fortalecimento da rede laboratorial, em treinamento e na administração de projetos desenvolvidos pela Coordenação Municipal de DST/Aids.
Em compra de medicamentos para doenças sexualmente transmissíveis (DST) e no diagnóstico e acompanhamento dos portadores de Aids, será gasto R$ 1,1 milhão. Para campanhas de prevenção, estão destinados R$ 400 mil.

Prevenção
No ano passado, 1.300 pessoas morreram de Aids na cidade de São Paulo, segundo dados do Pro-Aim (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo). A doença é a nona maior causa de óbitos, com 2% do total.
Em 23 das 41 regionais de saúde do município, a Aids está entre as dez principais causas de morte. A situação é mais preocupante em Sapopemba (zona sudeste), onde a doença é a quinta maior razão de óbito, com 45 das 1.383 mortes.
O coordenador de DST/Aids do município, Fábio Mesquita, ainda não sabe o que determina essa situação e diz que será preciso uma investigação maior. "Mas é nas áreas em que a doença mais mata que vamos concentrar os esforços de prevenção", afirma.
Evitar o surgimento de novos casos é a prioridade da Coordenação e do Ministério da Saúde, segundo o qual, São Paulo tem 4.000 novas ocorrências de Aids por ano. As mulheres casadas serão um dos principais alvos das ações preventivas.
A prevenção é, na avaliação do ministério, a maior carência hoje das campanhas contra a Aids.
"Ainda falta avançar muito na área de prevenção porque ela mexe com comportamento humano", afirma Serra. "A resposta das atividades de assistência é mais consistente do que a das de prevenção, que ainda são irregulares", completa Mesquita.
A distribuição dos 12 medicamentos anti-retrovirais que compõem o coquetel de combate à Aids é a principal responsável pela redução da mortalidade em consequência da doença.
Mesmo sem os recursos do ministério, a cidade de São Paulo teve uma redução de 53,2% nas mortes por Aids desde 1996. No Estado, a queda foi de 50%.


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