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Grafiteiro critica falta de espaço
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem a polícia nem o preço das
tintas. A maior bronca dos grafiteiros de São Paulo hoje são os
bons espaços da cidade ocupados
institucionalmente.
Criticam os painéis feitos pelas
Tintas Coral na av. 23 de Maio,
que consumiram 1.200 litros de
tinta. "Já tem tanto anúncio na cidade e os caras fazem uma pintura que mais parece um outdoor
gratuito", diz Calma, 27, sobre o
logotipo da marca nas pinturas.
A Subprefeitura da Sé, que fechou o acordo de cooperação
com a Coral, percebeu que o logotipo estava irregular e determinou
sua diminuição. A Coral divulgou
que até hoje adequaria os logos.
Mas polêmica mesmo tem causado o mural do artista plástico
francês Philippe Mayaux sob o
viaduto Osaka, na Liberdade, fruto de intercâmbio entre a prefeitura paulistana e a de Paris. Para
os dez grafiteiros entrevistados
pela Folha, além de ocupar espaço de visibilidade raramente liberado aos artistas locais, o painel
do francês é de "mau gosto".
O grafiteiro Gejo, 28, que auxiliou Mayaux no trabalho, conta
que sua conclusão levou mais de
um mês. "Ele não sabia usar spray
nem conhecia técnicas de grafite."
"Está todo mundo reclamando.
Dizem que é feio e que não é grafite", conta o artista de rua veterano
Rui Amaral, 43. "Falaram até em
invadir o trabalho, passar por cima", revela Amaral. O painel já
recebeu uma pichação obscena.
"É compreensível o descontentamento", diz Alexandre Youssef,
da Coordenadoria Especial da Juventude da prefeitura. "Mas há
uma política para o grafite que já
liberou muitos outros espaços."
Fazer grafite em locais não autorizados é prática ilegal.
(FM)
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