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CET multa cicloativistas quase um ano depois de manifestação na Paulista
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase um ano após integrar um protesto de ciclistas
nus em São Paulo, o analista
de sistemas André Pasqualini, 34, recebeu da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) uma multa no valor de
R$ 1.289,25 por gerar "interferências no tráfego viário"
na ocasião.
O grupo, que reuniu cerca
de 20 cicloativistas sem roupa e outros vestidos, se concentrou especialmente na
avenida Paulista, no dia 14 de
junho do ano passado.
"Os organizadores da Pedalada Pelada não protocolaram
na CET nenhuma solicitação
para que o passeio ciclístico
fosse realizado. Dessa forma,
o evento foi considerado irregular, ou seja, sem prévia autorização da autoridade de
trânsito, e, por isso, foi multado conforme prevê a lei", diz,
em nota, a assessoria de imprensa da companhia.
Pasqualini afirma que não
pagará a multa. "[Os outros
manifestantes] estão pensando em pagar em calcinhas e
cuecas para a CET. Essa multa é absurda", diz ele, que, na
ocasião, chegou a ser detido
pela polícia pouco depois de
se despir de um tapa-sexo.
A proposta do evento, batizado de World Naked Bike Ride (algo como "passeio mundial de ciclistas nus"), é protestar contra a "opressão"
que as bicicletas sofrem no
trânsito das grandes cidades.
Neste ano, o evento foi antecipado para 14 de março.
Pasqualini estava lá novamente, mas diz que não recebeu notificação a respeito.
"Eu não sou organizador do
evento. Sou um dos divulgadores (...), mas não criei essa
data", diz ele. "A multa só
mostra como, para a CET, os
carros são a prioridade no
trânsito. (...) Se carros saem
de um estádio e provocam
congestionamento, não são
multados", afirma.
A companhia diz que o valor da multa abrange os custos do "serviço prestado" pelo
órgão para dar fluência ao
trânsito no dia da manifestação, acrescidos de 50%, de
acordo com o que determina
a lei municipal. Não oferece,
contudo, mais detalhes sobre
a escolha de Pasqualini para
pagar a multa.
(DANIEL BERGAMASCO e RICARDO SANGIOVANNI)
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