DA FOLHA RIBEIRÃO

A ex-coordenadora da CAP Ana Sofia Schmidt de Oliveira, 37, uma das responsáveis pela criação do sistema informatizado de coleta de dados da Secretaria da Segurança Pública, afirmou que os dados divulgados pelo Estado "não são o espelho da realidade" e podem apresentar divergências entre os números dos DPs e das delegacias seccionais.
"Se fosse tudo perfeito e maravilhoso, não precisava criar uma comissão para acompanhamento de estatísticas, não precisava pensar em auditoria da Fundação Getúlio Vargas para checar procedimento", afirmou Ana Sofia.
A comissão e a auditoria foram anunciadas no final de 2001, após denúncias de manipulação de dados na região metropolitana de São Paulo.
Mas o atual secretário, Saulo de Castro Abreu Filho, alegou que a falta de tempo e o excesso de casos de repercussão adiaram o início desses trabalhos. Após reportagem da Folha mostrar que a comissão nunca havia se reunido, o secretário prometeu ativá-la.

Captação de dados
Para ela, os principais problemas são o preenchimento das planilhas e a interpretação feitos por funcionários nas delegacias. "Se você tem um mesmo fenômeno e tem dois números diferentes, alguém deu uma interpretação diferente ou contou errado."
Ela afirmou que o Estado tem investido no melhoramento da captação de dados e no treinamento do pessoal, fato inédito na história de São Paulo.
Quanto ao levantamento realizado pela reportagem da Folha nos municípios do interior, que mostra uma diferença dos números divulgados pela secretaria e os informados pelas delegacias dessas cidades, Ana Sofia garante que utilizou os números informados pela Polícia Civil.
"Isso só reforça a necessidade de melhorar o sistema [de captação de dados]", afirmou ela.


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