São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2004

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AVIAÇÃO

Segundo o DAC, desde 1999, 333 pessoas morreram em desastres aéreos no Brasil; país tem a segunda frota do mundo

Vôo particular causa 42% dos acidentes

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Avião se aproxima da pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo


MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Os vôos particulares são responsáveis por quase a metade dos acidentes aéreos ocorridos no Brasil desde 1999. Segundo levantamento do DAC (Departamento de Aviação Civil), foram registrados 308 acidentes aéreos no país nos últimos cinco anos, sendo que 129 aconteceram em vôos privados, o que corresponde a 42%.
De acordo com o DAC, órgão do Ministério da Aeronáutica, os vôos privados são aqueles em que não ocorre a prestação de algum tipo de serviço. A aeronave é usada sem fins comerciais pelo proprietário ou pelo piloto que ele contratou. No Brasil, atualmente, existem 6.018 aeronaves realizando vôos privados.
O DAC informou que o Brasil possui a segunda maior frota aérea do mundo, com 16.325 aeronaves ativas e inativas, só perdendo para os EUA, que tem mais de 200 mil. Só de helicópteros, são 955, sendo que São Paulo tem 400, a terceira maior frota do mundo, atrás só de Nova York e Tóquio.
O índice de acidentes por milhão de decolagens em grandes aviões (vôos regulares) no Brasil nos últimos dez anos é de 1,05, um pouco próximo da média mundial, que é de 1,20, de acordo com o DAC. O índice brasileiro é superior ao registrado nos Estados Unidos e no Canadá que, juntos, têm uma média de 0,40 acidente por milhão de decolagens.
Segundo o DAC, a frota aérea ativa no país cresceu 42,7% de 1990 a 2003, passando de 7.484 para 10.681 aeronaves. No entanto o número de acidentes foi 62% menor. Em 1990, foram registrados 181 desastres com 139 mortes. Treze anos depois, ocorreram 68 acidentes e 67 óbitos.
Até a conclusão desta edição, o departamento não havia comentado o resultado do levantamento. Até a conclusão desta edição, o DAC não havia comentado o resultado do levantamento. Segundo a assessoria do órgão, os técnicos que poderiam analisar os números estavam viajando a serviço e não poderiam dar entrevistas.

Mortes
A pesquisa do DAC indica que, desde 1999, 333 pessoas morreram em desastres aéreos no Brasil, sendo que 61 dos acidentes e 62 das mortes desde 2000 ocorreram no Estado de São Paulo.
Em segundo lugar nas estatísticas de acidentes, estão os táxis aéreos, com 80 casos (26%). Em terceiro, os vôos agrícolas, com 41 desastres (13%). Entre as ocorrências registradas, 56 foram com helicópteros. Já as mortes, 74 nesse tipo de veículo e 214 em aviões.
Só neste ano, segundo o DAC, ocorreram 16 acidentes com aeronaves. Seis pessoas morreram. O percentual de aeronaves envolvidas nos desastres, comparando com o total da frota, foi de 0,63%.
A pesquisa revela que o número de vôos regulares no Brasil diminuiu nos últimos dois anos. Em 2001, houve 1.230.956 decolagens em grandes aviões. Esse número caiu para 998.832 em 2002 e para 909.374 em 2003. "A diminuição no número de decolagens é reflexo da economia no país ", disse Adalberto Febeliano, vice-presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral).


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