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Encenação dura 7 horas, mas não faz teste de som
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os peritos levaram ontem sete horas para fotografar, desenhar e cronometrar as ações
que, na noite da morte de Isabella, teriam ocorrido nos 13
minutos entre a chegada da família Nardoni ao edifício Residencial London e o registro de
chamada ao resgate.
Apesar de intimados, Alexandre Nardoni e Anna Trotta Jatobá não participaram da simulação. Também não houve presença dos advogados de defesa.
A equipe de quatro peritos, dois
médicos legistas, dois desenhistas, um fotógrafo e um cinegrafista foi acompanhada pelo promotor e os delegados responsáveis pelo inquérito.
Os testes de som previstos
para confirmar se vizinhos conseguiriam ouvir gritos vindos
do apartamento de Nardoni
não foram realizados. Durante
a semana, criminalistas haviam
criticado a realização dos testes
durante o dia, já que o crime
ocorreu às 23h30.
Para simular o corte da rede
de proteção da janela, a tela do
quarto vizinho foi retirada. Os
peritos levaram meia hora para
instalar a tela no dormitório de
onde a menina foi jogada.
Uma boneca articulada com
altura e peso similar ao da menina, cabelos negros compridos, calça branca e blusa azul
foi segurada do lado de fora do
apartamento, sacudida e solta
duas vezes. Mas não foi ao chão.
Ficou pendurada por cordas, já
que, caso caísse em posição diferente da de Isabella, poderia
ser usado pela defesa como argumento de que a queda não
ocorreu como diz a perícia.
A boneca foi levada para o
jardim do prédio e colocada na
posição em que os vizinhos dizem tê-la visto. Morador do
primeiro andar, Antonio Lucio
Teixeira, 61, relatou a chegada
de Nardoni. "Estava no telefone, com a polícia, e ele disse que
arrombaram o apartamento,
rasgaram a tela e jogaram a filha dele. Falei pra polícia: estão
ouvindo? Vem logo que vão começar a jogar gente de lá de cima." Outros moradores confirmaram a posição da queda.
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