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Perícia prioriza tempo em simulação
Peritos percorreram em cerca de 6m50s o trajeto entre a garagem, o apartamento e a volta para a garagem
Instituto de Criminalística tenta saber se nesse tempo um criminoso seria capaz de agredir Isabella e atirá-la pela janela do apartamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos principais objetivos
da polícia na simulação do assassinato de Isabella ontem foi
cronometrar o tempo de duas
ações descritas no inquérito. A
primeira refere-se ao tempo
para tentar asfixiar a menina e
jogá-la do prédio. A segunda,
para se percorrer o trajeto entre a garagem no segundo subsolo e o sexto andar do prédio.
A Folha apurou que os peritos percorreram em cerca de
seis minutos e 50 segundos o
trajeto entre a saída da garagem à entrada do apartamento
-com um policial levando a boneca no colo representando
Isabella e a colocando na cama- e depois a volta para a garagem do prédio.
Depois, os peritos levaram
pouco mais de cinco minutos
para simular o estagiário de direito Alexandre Nardoni, 29,
subindo novamente ao apartamento com a família.
Em seu primeiro depoimento, Nardoni disse que havia levado 19 minutos para percorrer
todo o trajeto. A versão dele,
porém, não foi simulada.
A polícia também mediu o
tempo que alguém levaria para
tentar esganar Isabella ao lado
do sofá da sala do apartamento,
cortar a rede de proteção da janela e depois atirar a menina
inconsciente pelo buraco. O resultado dessa medição não foi
divulgado pelos peritos.
Um laudo final da simulação
responderá duas perguntas: o
tempo que Nardoni disse ter
deixado Isabella sozinha no
apartamento seria suficiente
para a ação de um criminoso?
E ainda: o casal seria capaz de
tentar asfixiar e jogar Isabella
pela janela em um período de
cerca de 11 minutos (são 13 minutos entre desligar a ignição
do carro e o pedido de resgate
feito por um vizinho, que diz
ter demorado cerca de 2 minutos entre ter visto a queda e dado o telefonema)?
Com base nos laudos do IC
(Instituto de Criminalística), o
policial que representou Nardoni não encarou a boneca
quando a sustentava pelos braços, prestes a soltá-la do sexto
andar. Peritos dizem que isso
foi descoberto durante a análise das marcas da rede de proteção encontradas em uma camiseta de Nardoni.
A camiseta analisada tinha
uma mancha mais intensa no
ombro direito. Os peritos interpretaram que isso significa que
Nardoni teria desviado o rosto
para não ver a queda da menina. Ontem, ao simular a queda,
um policial passou a boneca pelo buraco da tela e segundos antes de soltar seus braços voltou
o rosto para a direita.
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