São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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BAHIA

Gantois volta a atividades na 5ª

Terreiro reabre depois de três anos de luto

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Depois de três anos de luto pela morte da mãe-de-santo Cleuza Millet, o Terreiro do Gantois, um dos mais conhecidos do Brasil, volta às suas atividades normais na próxima quinta-feira.
Filha de Maria Escolástica da Conceição Nazaré, a mãe Menininha do Gantois, que comandou o terreiro baiano por 64 anos (1922-86), Carmen de Oliveira Silva, 66, é a nova ialorixá da casa.
Com a escolha da mãe Carmen, o Gantois mantém uma tradição iniciada em 1992, quando mãe Menininha foi indicada para comandar o terreiro -somente mulheres descendentes da fundadora é que comandam a casa. Mãe Carmen é irmã de Cleuza, que morreu em outubro de 98.
Para comemorar a reabertura do Terreiro do Gantois, os adeptos do candomblé organizaram uma programação com muito sincretismo religioso. Além de uma missa em uma igreja do Rio Vermelho (orla), a programação prevê o toque de atabaques.
Segundo historiadores, a identificação de orixás africanos com santos católicos foi um dos principais artifícios usados pelos escravos para cultuar divindades do candomblé e fugir da repressão da colonização portuguesa.
A nova ialorixá do Gantois disse que pretende reativar as atividades sociais do terreiro.
"A cada dois meses, vamos distribuir 150 cestas básicas para famílias carentes da Federação [bairro de Salvador onde se localiza o terreiro] e ajudar idosos, doentes e mães solteiras que sempre nos procuram", disse.
Casada e com duas filhas, mãe Carmen é formada em ciências contábeis.



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