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BAHIA
Gantois volta a atividades na 5ª
Terreiro reabre depois de três anos de luto
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Depois de três anos de luto pela
morte da mãe-de-santo Cleuza
Millet, o Terreiro do Gantois, um
dos mais conhecidos do Brasil,
volta às suas atividades normais
na próxima quinta-feira.
Filha de Maria Escolástica da
Conceição Nazaré, a mãe Menininha do Gantois, que comandou o
terreiro baiano por 64 anos (1922-86), Carmen de Oliveira Silva, 66,
é a nova ialorixá da casa.
Com a escolha da mãe Carmen,
o Gantois mantém uma tradição
iniciada em 1992, quando mãe
Menininha foi indicada para comandar o terreiro -somente
mulheres descendentes da fundadora é que comandam a casa.
Mãe Carmen é irmã de Cleuza,
que morreu em outubro de 98.
Para comemorar a reabertura
do Terreiro do Gantois, os adeptos do candomblé organizaram
uma programação com muito
sincretismo religioso. Além de
uma missa em uma igreja do Rio
Vermelho (orla), a programação
prevê o toque de atabaques.
Segundo historiadores, a identificação de orixás africanos com
santos católicos foi um dos principais artifícios usados pelos escravos para cultuar divindades do
candomblé e fugir da repressão
da colonização portuguesa.
A nova ialorixá do Gantois disse
que pretende reativar as atividades sociais do terreiro.
"A cada dois meses, vamos distribuir 150 cestas básicas para famílias carentes da Federação [bairro de Salvador onde se localiza o terreiro] e ajudar idosos,
doentes e mães solteiras que sempre nos procuram", disse.
Casada e com duas filhas, mãe Carmen é formada em ciências
contábeis.
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