São Paulo, sexta-feira, 28 de maio de 2004

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AMBIENTE

Serão visitados 5.000 imóveis na Vila Mariana

Prefeitura vistoria casas para achar poluidores do lago do Ibirapuera

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Prefeitura de São Paulo começou ontem a fiscalização da rede de esgotos na Vila Mariana (zona sul). O objetivo é identificar ligações irregulares que estejam poluindo o córrego do Sapateiro, cujas águas formam o lago do parque Ibirapuera. Cerca de 5.000 imóveis serão visitados.
Segundo o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Adriano Diogo, no córrego deveria chegar só água das galerias pluviais (chuva), mas ele também recebe esgoto de algumas casas que não estão integradas à rede -a principal causa da poluição.
Evitar a contaminação do córrego é a primeira etapa do processo de despoluição e revitalização do lago do parque. Segundo José Eduardo Siqueira, coordenador do projeto (que será realizado pela Fundação Agência Bacia do Alto Tietê), essa primeira fase deve durar, pelo menos, seis meses. Durante esse tempo, uma equipe de 25 pessoas visitará os imóveis.
"Os técnicos vão aos domicílios e despejam no vaso sanitário um líquido com corante amarelo. Puxam a descarga e observam se o líquido passa pelo esgoto. Se não passar, é porque vai para o córrego", explica Siqueira.
Ontem, como teste, seis casas foram visitadas e não apresentaram problemas. Cristina Galliárs, 37, moradora de uma delas, disse ter ficado contente por saber que sua casa não polui o lago. "Se poluísse, iria arrumar", afirma.
A poluição no Ibirapuera já foi motivo de conflito entre o município e o Estado. Em 1998, a prefeitura culpou a Sabesp pela morte de 150 kg de peixes no lago.
Em 2000, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico) instalou uma estação de tratamento de água por meio de flotação (coagulação e retirada mecânica da sujeira). Como essa técnica não tem sido suficiente para evitar a poluição do lago, é necessário impedir a contaminação do córrego.
Embora seja responsável pela rede de esgotos, a Sabesp diz não ter como fiscalizar todas as casas. Ela poderá usar o mapeamento que a prefeitura está realizando e corrigir as ligações irregulares.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente destinou R$ 1,5 milhão para despoluir o lago neste ano. Segundo Diogo, como o projeto (que deve durar dois anos) também prevê a retirada do lodo, a recuperação das margens e a troca do sistema de reciclagem da água, mais verba será necessária.


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