|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMBIENTE
Serão visitados 5.000 imóveis na Vila Mariana
Prefeitura vistoria casas para achar poluidores do lago do Ibirapuera
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A Prefeitura de São Paulo começou ontem a fiscalização da rede de esgotos na Vila Mariana
(zona sul). O objetivo é identificar
ligações irregulares que estejam
poluindo o córrego do Sapateiro,
cujas águas formam o lago do
parque Ibirapuera. Cerca de 5.000
imóveis serão visitados.
Segundo o secretário municipal
do Verde e Meio Ambiente,
Adriano Diogo, no córrego deveria chegar só água das galerias
pluviais (chuva), mas ele também
recebe esgoto de algumas casas
que não estão integradas à rede
-a principal causa da poluição.
Evitar a contaminação do córrego é a primeira etapa do processo
de despoluição e revitalização do
lago do parque. Segundo José
Eduardo Siqueira, coordenador
do projeto (que será realizado pela Fundação Agência Bacia do Alto Tietê), essa primeira fase deve
durar, pelo menos, seis meses.
Durante esse tempo, uma equipe
de 25 pessoas visitará os imóveis.
"Os técnicos vão aos domicílios
e despejam no vaso sanitário um
líquido com corante amarelo. Puxam a descarga e observam se o líquido passa pelo esgoto. Se não
passar, é porque vai para o córrego", explica Siqueira.
Ontem, como teste, seis casas
foram visitadas e não apresentaram problemas. Cristina Galliárs,
37, moradora de uma delas, disse
ter ficado contente por saber que
sua casa não polui o lago. "Se poluísse, iria arrumar", afirma.
A poluição no Ibirapuera já foi
motivo de conflito entre o município e o Estado. Em 1998, a prefeitura culpou a Sabesp pela morte de 150 kg de peixes no lago.
Em 2000, a Sabesp (Companhia
de Saneamento Básico) instalou
uma estação de tratamento de
água por meio de flotação (coagulação e retirada mecânica da sujeira). Como essa técnica não tem sido suficiente para evitar a poluição do lago, é necessário impedir
a contaminação do córrego.
Embora seja responsável pela
rede de esgotos, a Sabesp diz não
ter como fiscalizar todas as casas.
Ela poderá usar o mapeamento
que a prefeitura está realizando e
corrigir as ligações irregulares.
A Secretaria do Verde e do Meio
Ambiente destinou R$ 1,5 milhão
para despoluir o lago neste ano.
Segundo Diogo, como o projeto
(que deve durar dois anos) também prevê a retirada do lodo, a recuperação das margens e a troca
do sistema de reciclagem da água,
mais verba será necessária.
Texto Anterior: Administração: Marta vende imóveis para cumprir lei fiscal Próximo Texto: Barbara Gancia: Bush terá uma jaguatirica de estimação? Índice
|