São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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SP desliga metade das lombadas eletrônicas

Dos cerca de cem equipamentos de controle de velocidade em ruas do município, apenas 57 estão em funcionamento

Contrato emergencial com a Perkons, empresa responsável por 58 lombadas com a prefeitura, expirou há pelo menos duas semanas

ROGÉRIO PAGNAN
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Praticamente metade de todas as lombadas eletrônicas de fiscalização de velocidade em São Paulo está sem funcionar.
Elas começaram a ser desligadas há pelo menos duas semanas, devido ao fim do contrato emergencial entre a gestão Gilberto Kassab (DEM) e a Perkons, que era responsável por 58 desses aparelhos para flagrar infratores na capital.
Dos mais de cem equipamentos existentes atualmente, admite a prefeitura, somente 57 deles estão em operação. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não informou a quantidade de máquinas nem quais delas estão desativadas.
Na tarde de anteontem, a Folha encontrou quatro lombadas desligadas na zona oeste e na região central da cidade (nas ruas 13 de Maio, Heitor Penteado, Edgar Egídio de Sousa e Itajobi). Esses equipamentos estão em todas as regiões.
As lombadas eletrônicas são aqueles radares instalados em painéis grandes nas vias, geralmente um de cada lado, com visores digitais que indicam a velocidade do veículo. É multado quem ultrapassa a barreira em velocidade acima da permitida (geralmente, 40 km/h).
Sua ostensividade tem como objetivo reduzir as chances de acidente, principalmente os atropelamentos. Por isso, são instalados em pontos estratégicos que requerem velocidade muito baixa, como próximo de escolas e de hospitais.
Por sua característica, não é grande a quantidade de multas aplicadas por esses equipamentos (se for comparado com os outros radares, que são menos visíveis). Apesar disso, eles são considerados de extrema importância como equipamento de segurança e, também, pelo efeito pedagógico.
"Elas foram criadas para evitar a velocidade excessiva, não para multar. Por isso não são veladas", diz Bernardo Alvim, especialista em trânsito que vê prejuízo na segurança das ruas sem a utilização das lombadas.

Atraso
De acordo com a CET, a existência de uma série de equipamentos desligados se deve à "nova empresa contratada para a instalação de barreiras eletrônicas" que "não cumpriu o cronograma de implantação" dos novos equipamentos.
A companhia não informou, porém, qual seria esse cronograma nem quem é essa empresa. "Ela já foi notificada e sofrerá as sanções previstas em contrato", diz nota enviada pela prefeitura. "Na próxima semana a Secretaria Municipal de Transportes assinará novo contrato emergencial e os equipamentos serão imediatamente ligados", complementou.
A Perkons, que operava 58 lombadas eletrônicas até este mês (e que seria substituída pela nova empresa vencedora da licitação), disse que desligou seus equipamentos a pedido da CET, em razão do término da contratação emergencial.
Um executivo ligado a empresas de radares disse que um dos impasses que contribuíram para a suspensão dos serviços foi a pressão de conselheiros do TCM (Tribunal de Contas do Município) contra a renovação constante desses serviços por emergência (sem licitação).
A assessoria de imprensa do TCM informou não ter havido recomendação oficial contra as contratações emergenciais das lombadas eletrônicas.


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