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SP desliga metade das lombadas eletrônicas
Dos cerca de cem equipamentos de controle de velocidade em ruas do município, apenas 57 estão em funcionamento
Contrato emergencial
com a Perkons, empresa responsável por 58 lombadas com a prefeitura, expirou há pelo menos duas semanas
ROGÉRIO PAGNAN
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Praticamente metade de todas as lombadas eletrônicas de
fiscalização de velocidade em
São Paulo está sem funcionar.
Elas começaram a ser desligadas há pelo menos duas semanas, devido ao fim do contrato emergencial entre a gestão Gilberto Kassab (DEM) e a
Perkons, que era responsável
por 58 desses aparelhos para
flagrar infratores na capital.
Dos mais de cem equipamentos existentes atualmente, admite a prefeitura, somente 57
deles estão em operação. A
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não informou a
quantidade de máquinas nem
quais delas estão desativadas.
Na tarde de anteontem, a Folha encontrou quatro lombadas desligadas na zona oeste e
na região central da cidade (nas
ruas 13 de Maio, Heitor Penteado, Edgar Egídio de Sousa e
Itajobi). Esses equipamentos
estão em todas as regiões.
As lombadas eletrônicas são
aqueles radares instalados em
painéis grandes nas vias, geralmente um de cada lado, com visores digitais que indicam a velocidade do veículo. É multado
quem ultrapassa a barreira em
velocidade acima da permitida
(geralmente, 40 km/h).
Sua ostensividade tem como
objetivo reduzir as chances de
acidente, principalmente os
atropelamentos. Por isso, são
instalados em pontos estratégicos que requerem velocidade
muito baixa, como próximo de
escolas e de hospitais.
Por sua característica, não é
grande a quantidade de multas
aplicadas por esses equipamentos (se for comparado com
os outros radares, que são menos visíveis). Apesar disso, eles
são considerados de extrema
importância como equipamento de segurança e, também, pelo efeito pedagógico.
"Elas foram criadas para evitar a velocidade excessiva, não
para multar. Por isso não são
veladas", diz Bernardo Alvim,
especialista em trânsito que vê
prejuízo na segurança das ruas
sem a utilização das lombadas.
Atraso
De acordo com a CET, a existência de uma série de equipamentos desligados se deve à
"nova empresa contratada para
a instalação de barreiras eletrônicas" que "não cumpriu o cronograma de implantação" dos
novos equipamentos.
A companhia não informou,
porém, qual seria esse cronograma nem quem é essa empresa. "Ela já foi notificada e sofrerá as sanções previstas em contrato", diz nota enviada pela
prefeitura. "Na próxima semana a Secretaria Municipal de
Transportes assinará novo
contrato emergencial e os equipamentos serão imediatamente ligados", complementou.
A Perkons, que operava 58
lombadas eletrônicas até este
mês (e que seria substituída pela nova empresa vencedora da
licitação), disse que desligou
seus equipamentos a pedido da
CET, em razão do término da
contratação emergencial.
Um executivo ligado a empresas de radares disse que um
dos impasses que contribuíram
para a suspensão dos serviços
foi a pressão de conselheiros do
TCM (Tribunal de Contas do
Município) contra a renovação
constante desses serviços por
emergência (sem licitação).
A assessoria de imprensa do
TCM informou não ter havido
recomendação oficial contra as
contratações emergenciais das
lombadas eletrônicas.
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