AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a infra-estrutura recuperada, a reforma da igreja da Consolação, localizada perto de marcos de São Paulo como o edifício Copan, a praça da República e a rua Augusta, entra agora numa nova fase: melhoria de sua fachada, de vários estilos arquitetônicos.
O revestimento atual apresenta problemas e 60% dele será substituído, diz o arquiteto Paulo Camasmie Júnior, que coordena o trabalho de restauração do local.
A fachada da igreja é feita de um material conhecido como massa mineral -argamassa e pedrinhas coloridas. Em uma das laterais da igreja os operários já começaram a arrancar as partes soltas e a testar o material substituto, para que ele se aproxime o máximo possível do original. A previsão, de acordo com Camasmie, é que o trabalho esteja concluído até o fim do ano.
A torre, que também está incluída no processo de restauro, é feita de pastilhas. Nela, a reforma consistirá em lavagem e substituição das peças soltas, que possuem quatro tons: preto, branco e dois tipos de cinza. O serviço -avaliado em R$ 800 mil- foi pago por meio de doações.
Essa é uma nova etapa na reforma da igreja, que começou em outubro do ano passado. Nesse período, foram realizadas a troca da instalação elétrica e do sistema de segurança do prédio, assim como a substituição do telhado e de uma laje que estava quase caindo sobre o órgão. A construção foi projetada pelo arquiteto Maximiliano Helh, o mesmo da catedral da Sé, e tem estilo eclético: detalhes românicos, góticos e desenhos de anjos bizantinos.
A igreja foi criada em 1790, segundo o padre Ramon Pulido. Antes capela em pau-a-pique, ganhou a atual estrutura no início do século 20. O local, diz Pulido, era muito freqüentado por estar numa das saídas da cidade. Segundo o arquiteto José Geraldo Simões, professor da Universidade Mackenzie, o templo marcava o início da estrada que levava os tropeiros ao sul do país.


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