São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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Questionário gera polêmica entre médicos

DA AGÊNCIA FOLHA

Dois especialistas em infectologia ouvidos pela Folha têm opiniões diferentes sobre a decisão.
Para Vicente Amato Neto, professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, a medida é correta. "A triagem sorológica do HIV é rotina na doação de sangue. Todos os doadores são submetidos ao exame. [O questionário] tem inconvenientes como discriminação, mal-estar."
Segundo Amato Neto, o doador pode mentir na entrevista. "É muito fácil o indivíduo negar. O que se pretende [com as perguntas] é economizar a realização de provas."
Já para Caio Rosenthal, médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, a decisão "é um pouco arriscada" pois "o homossexual está mais exposto a risco".
"Hoje, com mais maturidade, acho essa decisão um pouco arriscada, infelizmente. Estou mudando minha opinião. Eu já falei que achava que era um progresso, uma abertura, mas me retraio um pouco", disse Rosenthal.
Ele defende a realização do questionário. "Ainda temos de ser bastante cautelosos e fazer as perguntas. Não só as de opção sexual, mas também se a pessoa já recebeu transfusão, se já usou drogas."


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