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Questionário gera polêmica entre médicos
DA AGÊNCIA FOLHA
Dois especialistas em
infectologia ouvidos pela
Folha têm opiniões diferentes sobre a decisão.
Para Vicente Amato Neto, professor emérito da
Faculdade de Medicina da
USP, a medida é correta.
"A triagem sorológica do
HIV é rotina na doação de
sangue. Todos os doadores são submetidos ao exame. [O questionário] tem
inconvenientes como discriminação, mal-estar."
Segundo Amato Neto, o
doador pode mentir na
entrevista. "É muito fácil o
indivíduo negar. O que se
pretende [com as perguntas] é economizar a realização de provas."
Já para Caio Rosenthal,
médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, a
decisão "é um pouco arriscada" pois "o homossexual
está mais exposto a risco".
"Hoje, com mais maturidade, acho essa decisão
um pouco arriscada, infelizmente. Estou mudando
minha opinião. Eu já falei
que achava que era um
progresso, uma abertura,
mas me retraio um pouco", disse Rosenthal.
Ele defende a realização
do questionário. "Ainda
temos de ser bastante cautelosos e fazer as perguntas. Não só as de opção sexual, mas também se a
pessoa já recebeu transfusão, se já usou drogas."
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