Índice já é 288% maior que média do mês, segundo Inmet, que iniciou medição em 1943

DANIELA MERCIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O volume de chuvas em julho na cidade de São Paulo já é o maior registrado para o mês.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), que iniciou a medição em 1943, choveu até ontem de manhã 163 mm -índice 288% maior que a média nesta época, que é de 42 mm. O recorde anterior, de 1976, foi de 153 mm.
Só no último sábado, o índice foi de 44,2 mm. No dia, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura registrou 26 pontos de alagamento. No mês todo, foram 56.
O índice é considerado atípico para o período e foi elevado pelas pancadas de chuva que atingem a cidade desde a última quinta-feira. Nesses cinco dias, choveu 85,7 mm -metade de todo o mês.
A causa dessa instabilidade foi a passagem, a partir da última quinta, de uma frente fria, que se deslocou de forma mais lenta e continua semiestacionada sobre o Estado. As regiões mais atingidas pelas chuvas foram sul, leste e parte do centro.
"A frente teve deslocamento muito devagar e, ao contrário do que costuma acontecer, não perdeu força e continuou atuando por tempo maior do que o normal", diz o meteorologista Franco Villela, do Inmet.
De acordo com Luiz Souza, especialista do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), a frente já não atua sobre o Estado, mas foi acompanhada de uma massa de ar frio que ainda persiste nas regiões. "A massa associada a áreas de baixa pressão manteve a umidade. Podemos considerar isso como uma anomalia."
A tendência para os próximos dias, segundo o Inmet , é que a frente perca intensidade, ocasionando chuvas isoladas nessas regiões. Na maior parte do Estado, o tempo continua nublado e sujeito a pancadas de chuva e trovoadas. Somente na região norte, as chuvas ficam mais mais fracas.
Ontem, o volume medido de manhã na cidade pelo instituto foi de 3,2 mm -índice que deve se manter ao longo da semana. Hoje, as temperaturas ficam entre 16C e 23C.
O Inmet faz a medição no mirante de Santana (zona norte), com um coletor. O índice é calculado pela altura da coluna de água, em milímetros.


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