São Paulo, domingo, 28 de agosto de 2005

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NA ESCOLA

Aparelho percorre sala de aula

DA COLUNISTA DA FOLHA

DA REDAÇÃO

O crescimento das fotos digitais estabelece padrões de comportamento diferentes, principalmente entre as novas gerações.
No colégio São Luís, um dos mais tradicionais de São Paulo, por exemplo, alunos e professores são flagrados em plena aula.
Na escola, a estudante Marina de Oliveira Evangelista, 16, empresta o celular para os amigos. Seu aparelho costuma "rodar" a sala de aula toda.
Entre as imagens mais comuns captadas durante o dia-a-dia da escola estão "colegas dormindo, professores dando aula, grupos apresentando trabalhos e até "cofrinhos" [aquela parte íntima que aparece nesses tempos de calças com cintura baixa]", conta.
Marina é uma aficionada por esses flagrantes. "Quando eu não tenho nada para fazer eu tiro foto", confessa.
Esse improviso é característica das fotos adolescentes.
"Antes, as pessoas preparavam mais o ambiente. Agora a pessoa tira, tira, tira e todas as fotos acabam ficando boas. A foto com o celular é mais espontânea", acredita Bruno Danese, 16, estudante, que já bateu mais de 150 fotos usando o aparelho.

Choque de gerações
Nem todas as gerações fazem uso do celular com câmera da mesma forma.
O tio de Bruno, Paulo Danese, 55, também comprou um aparelho desses, mas diz que não costuma tirar fotos com o celular por brincadeira.
"Uso como ferramenta de trabalho", explica o geólogo, que muitas vezes precisa ter imagens dos locais onde está para montar relatórios ou enviar a colegas de ofício.
Para Paulo, o celular com câmera é prático, mas não vai muito além de um "quebra-galho", que serve para resolver problemas cotidianos.
O geólogo diz que não gosta de colocar as imagens em fotologs devido à falta de qualidade.
"Prefiro o bom e velho papel. A qualidade das fotos é muito melhor. Os adolescentes estão digitalizando tudo. Existe mesmo uma diferença entre as gerações", afirma o geólogo.


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