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NA ESCOLA
Aparelho percorre sala de aula
DA COLUNISTA DA FOLHA
DA REDAÇÃO
O crescimento das fotos digitais
estabelece padrões de comportamento diferentes, principalmente
entre as novas gerações.
No colégio São Luís, um dos
mais tradicionais de São Paulo,
por exemplo, alunos e professores
são flagrados em plena aula.
Na escola, a estudante Marina
de Oliveira Evangelista, 16, empresta o celular para os amigos.
Seu aparelho costuma "rodar" a
sala de aula toda.
Entre as imagens mais comuns
captadas durante o dia-a-dia da
escola estão "colegas dormindo,
professores dando aula, grupos
apresentando trabalhos e até "cofrinhos" [aquela parte íntima que
aparece nesses tempos de calças
com cintura baixa]", conta.
Marina é uma aficionada por esses flagrantes. "Quando eu não tenho nada para fazer eu tiro foto",
confessa.
Esse improviso é característica
das fotos adolescentes.
"Antes, as pessoas preparavam
mais o ambiente. Agora a pessoa
tira, tira, tira e todas as fotos acabam ficando boas. A foto com o
celular é mais espontânea", acredita Bruno Danese, 16, estudante,
que já bateu mais de 150 fotos
usando o aparelho.
Choque de gerações
Nem todas as gerações fazem
uso do celular com câmera da
mesma forma.
O tio de Bruno, Paulo Danese,
55, também comprou um aparelho desses, mas diz que não costuma tirar fotos com o celular por
brincadeira.
"Uso como ferramenta de trabalho", explica o geólogo, que
muitas vezes precisa ter imagens
dos locais onde está para montar
relatórios ou enviar a colegas de
ofício.
Para Paulo, o celular com câmera é prático, mas não vai muito
além de um "quebra-galho", que
serve para resolver problemas cotidianos.
O geólogo diz que não gosta de
colocar as imagens em fotologs
devido à falta de qualidade.
"Prefiro o bom e velho papel. A
qualidade das fotos é muito melhor. Os adolescentes estão digitalizando tudo. Existe mesmo uma
diferença entre as gerações", afirma o geólogo.
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