São Paulo, domingo, 28 de agosto de 2005

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NA BUTIQUE

Grandes grifes temem espiões

DA COLUNISTA DA FOLHA

DA REDAÇÃO

A patrulha contra os celulares que tiram fotos pode ser maior em lojas do que em casas noturnas moderninhas. No caso de grifes, o que está em jogo é a possibilidade de cópia.
O produtor de moda Marcelo (que não teve o seu nome completo publicado por motivos de segurança) já foi expulso de uma loja da Pierre Cardin em Paris porque decidiu fotografar uma saia.
"Foi ridículo. Tentei fotografar a saia por trás de uma arara, mas o vendedor percebeu e me mandou sair imediatamente. Ele disse que eu estava fazendo uma coisa proibida e me mandou sair aos berros", conta Marcelo.
Micheli Dias já passou pela mesma situação. "Fotografei uma loja de Londres que vendia coisas estilo rave, roupas psicodélicas. Estava tudo bem até que uma vendedora me flagrou. Ela me obrigou a apagar a foto na frente dela e foi meio grossa", diz.
O incidente não fez com que Micheli desistisse do hobby. "Já fotografei coisas que achei legais em lojas de São Paulo. Sei que na maioria é proibido, mas isso dá um gostinho a mais na hora de tirar a foto", diz.
Se Micheli tentar fotografar alguma roupa na loja do estilista Alexandre Herchcovitch, provavelmente será flagrada. Isso porque o gerente e os vendedores da principal loja do estilista, nos Jardins, já conhecem as técnicas dos papparazis.
"Existem alguns tipos de pessoas que tentam fotografar a loja. Os gringos geralmente já chegam com flash na mão e começam a fotografar na maior cara-de-pau. Tem gente também que finge que é estudante de moda para tentar fotografar", afirma Daniel Raad, 28, gerente da loja.
"Agora, com os celulares com câmera, tem gente que tenta fotografar sem a gente ver. Mas a loja é pequena e percebemos. É constrangedor, mas avisamos numa boa que isso não pode ser feito."
Segundo ele, "alguns espertinhos" também tentam fotografar as roupas escondidos dentro do provador. "Sabemos que isso acontece, mas não ligamos porque o provador têm espelho por todos os lados e sabemos que a foto não vai sair boa o suficiente para que a roupa seja vista com detalhes", diz Daniel.


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