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Autônomo gosta da cidade grande, mas só não volta a Assis porque mulher não quer
DA REPORTAGEM LOCAL
Há cinco anos, Kleber Diogo
Alexandre, 27, era ajudante de
pedreiro em Assis (SP) -"cidade calma, gostosa", onde nasceu e viveu duas décadas- até
decidir morar na capital. Em
São Paulo, continuou a ser ajudante de pedreiro, na mesma
firma, mas passou a construir
edifícios com dezenas de andares, com um salário maior.
"Vim direto para a obra."
Passou meses morando em
diversos bairros (Brás, Capão
Redondo e Pimentas, em Guarulhos), acompanhando o alojamento das obras da construtora. Foi juntando dinheiro.
Estava feliz. "Vim também por
causa de minha mãe, que morava aqui", diz. Mas não chegou a
morar com ela: quando finalmente alugou um apartamento, em Ferraz de Vasconcelos
(Grande SP), a mãe já havia voltado para a boa e velha Assis.
"Ela queria mais qualidade
de vida", diz Alexandre. Ele explica. "Lá eu acordava mais tarde, montava na minha bicicletinha e ia trabalhar. Nada de ônibus lotado, trem lotado, isso
quando se consegue entrar, como é hoje a minha vida. Aqui eu
chego cansado ao trabalho e
volto mais cansado ainda."
Claro, ele gosta da cidade que
escolheu para viver. "Aqui tem
mais o que fazer, onde passear,
no que gastar, coisa que em Assis não tem", diz -ainda mais
agora, que deixou o serviço de
pedreiro para trabalhar como
encanador e eletricista, de bico,
sem patrão. Mas o coração de
interiorano, tal como o sotaque
carregado, ainda é mais forte.
"Só não volto hoje porque
minha mulher não quer."
(WV)
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