São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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Autônomo gosta da cidade grande, mas só não volta a Assis porque mulher não quer

DA REPORTAGEM LOCAL

Há cinco anos, Kleber Diogo Alexandre, 27, era ajudante de pedreiro em Assis (SP) -"cidade calma, gostosa", onde nasceu e viveu duas décadas- até decidir morar na capital. Em São Paulo, continuou a ser ajudante de pedreiro, na mesma firma, mas passou a construir edifícios com dezenas de andares, com um salário maior.
"Vim direto para a obra."
Passou meses morando em diversos bairros (Brás, Capão Redondo e Pimentas, em Guarulhos), acompanhando o alojamento das obras da construtora. Foi juntando dinheiro.
Estava feliz. "Vim também por causa de minha mãe, que morava aqui", diz. Mas não chegou a morar com ela: quando finalmente alugou um apartamento, em Ferraz de Vasconcelos (Grande SP), a mãe já havia voltado para a boa e velha Assis.
"Ela queria mais qualidade de vida", diz Alexandre. Ele explica. "Lá eu acordava mais tarde, montava na minha bicicletinha e ia trabalhar. Nada de ônibus lotado, trem lotado, isso quando se consegue entrar, como é hoje a minha vida. Aqui eu chego cansado ao trabalho e volto mais cansado ainda."
Claro, ele gosta da cidade que escolheu para viver. "Aqui tem mais o que fazer, onde passear, no que gastar, coisa que em Assis não tem", diz -ainda mais agora, que deixou o serviço de pedreiro para trabalhar como encanador e eletricista, de bico, sem patrão. Mas o coração de interiorano, tal como o sotaque carregado, ainda é mais forte.
"Só não volto hoje porque minha mulher não quer." (WV)



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