São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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Pais querem respeito a ritmo do aluno e espírito crítico

Para metade dos entrevistados, proximidade de casa é fundamental

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REDAÇÃO

Escola boa é aquela que respeita o ritmo de aprendizagem do aluno, incentiva o desenvolvimento do espírito crítico e oferece uma formação acadêmica de qualidade. Esses foram os critérios mais citados por 50 profissionais de destaque em diversas áreas de atuação que contaram à Folha como escolheram a escola de seus filhos.
Mas de nada adianta a escola ser excelente se for longe de casa, na opinião de 24 entrevistados. "Uma criança não pode ficar uma hora e meia em um carro para ir ou voltar da escola. É desumano", diz o arquiteto Arthur Casas.
Oito entrevistados, a maioria deles com filhos matriculados na educação infantil, procuram ainda um espaço de "acolhimento", que funcione como extensão de casa. "Pensei em uma escolinha que permitisse ao meu filho descobrir o mundo com afeto", diz o escritor Milton Hatoum.
Outra preocupação é quanto ao relacionamento dos filhos com colegas e professores. Dois entrevistados chegaram a vivenciar experiências de violência escolar, física ou psicológica, contra os seus filhos -fenômeno que se tornou mais conhecido pelo nome de "bullying".
No contexto brasileiro, em que as melhores escolas tendem a ser também as mais caras e elitizadas, 13 pais demonstraram preocupação com a falta de diversidade social no espaço escolar. "Não quero que minha filha cresça pensando que a vida é um shopping center", afirma a filósofa e apresentadora de TV Márcia Tiburi.
Para a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, a homogeneidade social é "um pecado capital" da escola privada. "Reforça a segregação, a manutenção de um padrão de desigualdade, de apartheid", diz ela.
Para evitar essa armadilha, muitos pais procuram escolas em que predominam valores éticos compatíveis com os seus. Depois de muita pesquisa, a atriz Débora Duboc conseguiu encontrar uma instituição que, na sua opinião, oferece uma visão mais apurada da realidade brasileira. "Gosto da possibilidade de meus filhos entenderem que o mundo é feito de muitas camadas sociais e que nisso está guardada, muitas vezes, uma injustiça profunda."
Outros nove entrevistados citaram o ensino em idioma estrangeiro como um critério essencial para quem quer fazer carreira fora e, também, como no caso do piloto Rubens Barrichello, para fugir da violência das cidades brasileiras.
Este especial traz ainda um quadro que ensina a calcular se as despesas com a educação cabem no seu bolso e explica as mudanças no ensino fundamental, que passou a ter nove anos.
Se, depois de tudo isso, você ainda estiver aflito com as suas dúvidas, vá até a página 14 e aproveite para relaxar com a conversa bem-humorada entre duas mães "mothernas", as escritoras Juliana Sampaio e Laura Guimarães.


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