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Pais querem respeito a ritmo do aluno e espírito crítico
Para metade dos entrevistados, proximidade de casa é fundamental
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REDAÇÃO
Escola boa é aquela que respeita o ritmo de aprendizagem
do aluno, incentiva o desenvolvimento do espírito crítico e
oferece uma formação acadêmica de qualidade. Esses foram
os critérios mais citados por 50
profissionais de destaque em
diversas áreas de atuação que
contaram à Folha como escolheram a escola de seus filhos.
Mas de nada adianta a escola
ser excelente se for longe de casa, na opinião de 24 entrevistados. "Uma criança não pode ficar uma hora e meia em um
carro para ir ou voltar da escola. É desumano", diz o arquiteto Arthur Casas.
Oito entrevistados, a maioria
deles com filhos matriculados
na educação infantil, procuram
ainda um espaço de "acolhimento", que funcione como extensão de casa. "Pensei em uma
escolinha que permitisse ao
meu filho descobrir o mundo
com afeto", diz o escritor Milton Hatoum.
Outra preocupação é quanto
ao relacionamento dos filhos
com colegas e professores. Dois
entrevistados chegaram a vivenciar experiências de violência escolar, física ou psicológica, contra os seus filhos -fenômeno que se tornou mais conhecido pelo nome de "bullying".
No contexto brasileiro, em
que as melhores escolas tendem a ser também as mais caras e elitizadas, 13 pais demonstraram preocupação com
a falta de diversidade social no
espaço escolar. "Não quero que
minha filha cresça pensando
que a vida é um shopping center", afirma a filósofa e apresentadora de TV Márcia Tiburi.
Para a arquiteta e urbanista
Raquel Rolnik, a homogeneidade social é "um pecado capital"
da escola privada. "Reforça a
segregação, a manutenção de
um padrão de desigualdade, de
apartheid", diz ela.
Para evitar essa armadilha,
muitos pais procuram escolas
em que predominam valores
éticos compatíveis com os seus.
Depois de muita pesquisa, a
atriz Débora Duboc conseguiu
encontrar uma instituição que,
na sua opinião, oferece uma visão mais apurada da realidade
brasileira. "Gosto da possibilidade de meus filhos entenderem que o mundo é feito de
muitas camadas sociais e que
nisso está guardada, muitas vezes, uma injustiça profunda."
Outros nove entrevistados
citaram o ensino em idioma estrangeiro como um critério essencial para quem quer fazer
carreira fora e, também, como
no caso do piloto Rubens Barrichello, para fugir da violência
das cidades brasileiras.
Este especial traz ainda um
quadro que ensina a calcular se
as despesas com a educação cabem no seu bolso e explica as
mudanças no ensino fundamental, que passou a ter nove
anos.
Se, depois de tudo isso, você
ainda estiver aflito com as suas
dúvidas, vá até a página 14 e
aproveite para relaxar com a
conversa bem-humorada entre
duas mães "mothernas", as escritoras Juliana Sampaio e
Laura Guimarães.
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