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EDUCAÇÃO
Em debate, presidente do Inep não responde a questões sobre o funcionamento do Sinaes, cuja versão final sai em novembro
Aplicação do novo provão ainda é incógnita
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora o plano do governo federal seja implantar o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior), que deve
substituir o provão, já em 2004, a
forma como ele vai funcionar na
prática ainda é uma incógnita para o próprio presidente do Inep
(Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira), Luiz Araújo. O órgão,
subordinado ao MEC (Ministério
da Educação), realiza a avaliação.
Em debate promovido ontem
em São Paulo pelo Instituto Fernando Braudel de Economia
Mundial, Araújo não respondeu a
nenhuma questão sobre a operacionalização do Sinaes e se justificou, dizendo que a comissão que
o elaborou não tinha a função de
definir como seria colocado em
prática. "Muitas das perguntas
feitas aqui são nossas também." A
versão final do Sinaes será divulgada no início de novembro.
Araújo não soube explicar quais
serão os critérios para a determinação da amostra de alunos que
serão avaliados -hoje, todos os
formandos são obrigados a fazer
uma prova. Também não disse
qual a garantia de que o universo
de amostragem terá valor, já que o
exame passará a ser opcional.
Não esclareceu quais serão os
itens da auto-avaliação que cada
instituição terá de fazer -uma
das principais novidades do Sinaes- nem como evitar que seja
distorcida por corporativismo.
Como a idéia do MEC é que os
cursos não entrem mais num ranking de notas -o que ocorre hoje-, surgiu a dúvida de como a
sociedade será informada sobre a
qualidade dos cursos. Araújo disse apenas que o ministro Cristovam Buarque quer que sejam
criados "indicadores mais concretos de resultados", para que a
divulgação seja transparente, mas
não especificou quais seriam eles.
Com relação a prazos, afirmou
que todo o ciclo do Sinaes deve
durar três anos e que a idéia inicial
é avaliar os alunos anualmente.
As incertezas levaram os demais
debatedores a dizer que dificilmente o sistema começa a funcionar em 2004. "Saio com as mesmas dúvidas que tinha ao entrar,
dúvidas levadas por universidades à Comissão de Educação da
Câmara dos Deputados", disse a
deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO), que preside a comissão.
Para a ex-presidente do Inep
(na gestão FHC, quando o provão
foi criado) Maria Helena Guimarães, será inviável fazer uma avaliação completa de 1.600 instituições de ensino em três anos.
Araújo saiu assim que acabou o
debate e disse que ele "não foi
bem balanceado".
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