DA REPORTAGEM LOCAL

O sistema Cantareira atingiu ontem 5,6% de sua capacidade operacional -o pior até agora. Anteontem, esse índice era de 5,9% e, na última sexta-feira, de 6,6%. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) considera 5% o índice de captação-limite do sistema Cantareira, a partir do qual é necessário adotar o racionamento. Caso contrário, os reservatórios podem secar, e sua recuperação demoraria dois anos.
A Sabesp deve decidir no início da próxima semana se adota ou não o racionamento no sistema Cantareira -que atende 9 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo. A expectativa da companhia é que chuvas no decorrer desta semana melhorem a situação dos mananciais e evitem o rodízio de água.
No sistema Alto Cotia, que está em racionamento desde a última quarta-feira, o nível do armazenamento voltou a cair. A capacidade operacional do sistema teve melhora nos primeiros dias do rodízio, passando de 5,3% na quarta para 5,6% na sexta-feira. Ontem, porém, esse índice chegou a 5,4%.
Segundo Sérgio Lapastina, gerente de comunicação da companhia, o racionamento no Alto Cotia está sendo bem-sucedido pois conseguiu conter o esvaziamento do sistema, que estava perdendo 0,4% de sua capacidade por dia.
O Alto Cotia atende 440 mil pessoas em Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra e Vargem Grande Paulista.
Apesar de estarem previstas 36 horas com água e 36 horas no rodízio, moradores de Itapecerica da Serra contam ter ficado até 79 horas sem abastecimento. Segundo a Sabesp, um defeito em uma bomba que distribui água provocou o problema, que afetou 26 dos 48 bairros da cidade. Ricardo Ribas, 29, gerente de uma padaria, diz que o local ficou sem água desde quinta-feira à noite (estava previsto o corte às 18h daquele dia) até a 1h de ontem.