São Paulo, quarta-feira, 28 de outubro de 2009

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Desempregado é preso no caso AfroReggae

Homem conhecido como Romarinho confessou, em depoimento, ter participado da morte do coordenador social do grupo

Ele disse que, depois do crime, cometido com um cúmplice, objetos da vítima lhes foram tomados por dois PMs desconhecidos

DA SUCURSAL DO RIO

O desempregado Rui Mário Maurício Macedo, 34, o Romarinho, confessou envolvimento na morte de Evandro João da Silva, coordenador social do grupo AfroReggae.
Preso anteontem à noite, Romarinho afirmou que, após o crime, cometido com um cúmplice, os objetos roubados de Evandro lhes foram tomados por dois policiais militares, que disse não conhecer. O depoimento acabou complicando a situação do capitão Dennys Bizarro e do cabo Marcos Sales, suspeitos no caso e que estão em prisão preventiva.
O advogado dos PMs afirma que os objetos estavam no chão e foram jogados fora porque os dois pensaram ser dos dois abordados. A polícia não informou se investiga alguma ligação entre os PMs e os ladrões.
Os dois policiais ainda são acusados de abandonar vítima sem prestar socorro.
Com quatro prisões anteriores -porte de arma, tráfico de drogas, corrupção de menores e furto-, Romarinho admitiu à polícia que atacou o diretor do AfroReggae para roubar-lhe o par de tênis e a jaqueta vermelha. Ele culpou o homem que o acompanhava, conhecido por Renge, de ter atirado.
Segundo o preso, às 23h do dia 17 ele encontrou Renge no centro para juntos procurarem quentinhas distribuídas por voluntários. Os dois se depararam, então, com "diversos elementos em atos obscenos".
Romarinho disse à polícia que eles se indignaram com a prática de sexo oral por dois homens e notaram que um outro rapaz, sozinho, observava a cena. Ele contou ter dito a esse homem: "Qual foi? Você tá na vadiagem com esses caras aí? Então perdeu!", partindo para a vítima com um porrete.
O desconhecido era Evandro, que, após ficar sem os calçados e o agasalho, atracou-se com Romarinho. Quando os dois caíram, Renge atirou com o revólver que levava. Depois, jogou a arma numa lixeira e fugiu.
As câmeras que filmaram a ação não confirmam a versão. Mostram Evandro andando e os ladrões o seguindo. O ataque à vítima vem em seguida.
Romarinho disse que logo depois PMs os abordaram, perguntando se escutaram o tiro. Eles negaram. Então, os policiais teriam pego a jaqueta e o par de tênis, liberando os assaltantes.


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