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Amigo virtual vira real para 38% dos jovens, diz estudo
Levantamento foi feito com 10,5 mil jovens de 13 a 17 anos de 75 escolas privadas
1/4 deles já ficou com alguém que conheceu na rede; especialistas
veem essa possibilidade como algo positivo
PATRÍCIA GOMES
DE SÃO PAULO
THIAGO AZANHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Thiago Eburneo, 18, e Juliana Maziero, 17, se conheceram pelo Orkut há um ano.
Ele adicionou o MSN dela, os
dois começaram a conversar
e descobriram que moravam
na mesma rua, uma casa em
frente à outra. Eram vizinhos
havia dez anos, mas nunca tinham se falado.
Thiago e Juliana acabam
de completar oito meses de
namoro e integram uma geração que se habituou a conhecer pessoas pela internet.
Levantamento feito pelo
Portal Educacional com 10,5
mil adolescentes entre 13 e 17
anos de 75 escolas privadas
de todo o país mostra que
38% deles já transformaram
amigos virtuais em reais.
Um quarto dos jovens que
responderam ao questionário já ficou com alguém que
conheceu na internet e 27%
disseram ter usado as redes
sociais para encontrar gente.
Dados do levantamento
mostram que 90% dos adolescentes sabem que, ao se
conectarem à internet, podem se expor a situações como ciberbullying e invasão
de privacidade, mas 61% disseram não se preocupar.
POLO AGREGADOR
De acordo com o psiquiatra Jairo Bauer, que coordena
a pesquisa, a internet é hoje
um grande polo agregador
de jovens. "Para que se dar
ao trabalho de se deslocar até
o shopping, quando o outro
pode estar ao alcance de alguns toques no teclado?",
questiona o médico.
Luciana Ruffo, psicóloga
do Núcleo de Pesquisa em
Psicologia da Informática, da
PUC-SP, afirma que os relacionamentos construídos a
partir da internet podem ser
positivos, diferentemente do
que muitos pensam.
"É possível encontrar pessoas com gostos parecidos. O
contato virtual permite uma
profundidade que nem sempre se tem na vida real."
Mas fazer amigos ou namorar alguém que se conheceu na internet, apesar de ser
cada vez mais comum entre
os jovens, é algo que assusta
muitos pais, diz Betina von
Staa, especialista no comportamento do jovem na rede.
Para Staa, a internet torna
os desafios mais complexos,
mas os conselhos a serem dados são os mesmos que os
avós davam. "A internet dá
acesso a mais gente, mas não
é diferente do passado: tem
que dizer para ter cuidado
com a privacidade, escolher
bem com quem anda."
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