São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Para especialista, ter apenas amigo virtual pode sinalizar dependência

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

Se por um lado existem jovens que conseguem levar as amizades feitas na internet para a vida cotidiana, outros preferem manter apenas relacionamentos virtuais e esquecem o mundo real.
Isso pode ser um indício de vício na internet, diz Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do projeto de dependência em internet do Instituto de Psiquiatria da USP.
Hoje, estima-se que 10% dos brasileiros tenham esse tipo de dependência, afirma ele. São pessoas que preferem ficar on-line, em jogos ou sites de relacionamento, do que encontrar os amigos.
O projeto faz parte do Amiti (Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso) e oferece atendimento psicológico a pessoas com o mal. Por semana, recebe dez e-mails com pedido de ajuda.
Dentre as 200 pessoas atendidas nos quatro anos de existência do grupo, há casos graves, como o de um rapaz de 16 anos que passava até 45 horas no computador, sem dormir ou usar o banheiro.
Outro, aos 17 anos, ficou dois anos sem sair de casa.
O excesso de tempo conectado pode ser um alerta do vício, afirma o médico. "O uso abusivo pode ser um prelúdio do que ele vai enfrentar."
O ideal, segundo ele, é que os pais não deixem computadores nos quartos dos filhos, para controlar o acesso. E que a criança tenha horário estipulado para o uso da internet. Para especialistas, o tempo não deve ultrapassar duas horas diárias.
Segundo o levantamento do Positivo Informática, quatro em cada dez jovens passam mais de cinco horas todos os dias na internet. Aos finais de semana, a situação é pior: metade dos entrevistados passa mais de cinco horas ao dia conectada, sendo 20% mais de oito horas.
Na página do grupo na rede é possível fazer um teste para avaliar a dependência em internet: www.dependenciadeinternet.com.br.


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