São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 2005

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Mulher foi presa por furtar xampu

DA REPORTAGEM LOCAL

A mulher que hoje leva seus filhos à escola todos os dias, que ajuda sua mãe nas tarefas da casa e planeja recomeçar os estudos está longe do que, juridicamente, costuma-se chamar de uma ameaça à sociedade.
Apesar de sua vida pacata, no entanto, Maria Aparecida de Matos, 25, já foi considerada uma ameaça pela Justiça. Ficou um ano e sete dias na prisão sob acusação de ter furtado um xampu e um condicionador, no valor de R$ 24. Na cadeia, foi torturada e perdeu a visão do olho direito.
A prisão de Maria Aparecida mobilizou entidades e virou símbolo de descaso do Judiciário. A 2ª Vara Criminal de São Paulo e o Tribunal de Justiça negaram pedidos de liberdade. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu liminar em favor da soltura.
A Procuradoria Geral da República já se posicionou favorável ao trancamento da ação penal, que será analisada no mérito do habeas corpus, segundo a advogada Sônia Regina Arrojo e Drigo.
Na saída da prisão, há seis meses, Maria Aparecida prometeu cuidar dos filhos e voltar a estudar. "Hoje eu estou feliz", diz. Portadora de deficiência mental, ela freqüenta um serviço de psiquiatria. "A família dela está em alerta", afirmou Gislene de Matos, 31, irmã de Maria Aparecida.


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