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Mulher foi presa por furtar xampu
DA REPORTAGEM LOCAL
A mulher que hoje leva seus filhos à escola todos os dias, que
ajuda sua mãe nas tarefas da casa
e planeja recomeçar os estudos
está longe do que, juridicamente,
costuma-se chamar de uma
ameaça à sociedade.
Apesar de sua vida pacata, no
entanto, Maria Aparecida de Matos, 25, já foi considerada uma
ameaça pela Justiça. Ficou um
ano e sete dias na prisão sob acusação de ter furtado um xampu e
um condicionador, no valor de R$
24. Na cadeia, foi torturada e perdeu a visão do olho direito.
A prisão de Maria Aparecida
mobilizou entidades e virou símbolo de descaso do Judiciário. A
2ª Vara Criminal de São Paulo e o
Tribunal de Justiça negaram pedidos de liberdade. O STJ (Superior
Tribunal de Justiça) concedeu liminar em favor da soltura.
A Procuradoria Geral da República já se posicionou favorável ao
trancamento da ação penal, que
será analisada no mérito do habeas corpus, segundo a advogada
Sônia Regina Arrojo e Drigo.
Na saída da prisão, há seis meses, Maria Aparecida prometeu
cuidar dos filhos e voltar a estudar. "Hoje eu estou feliz", diz.
Portadora de deficiência mental,
ela freqüenta um serviço de psiquiatria. "A família dela está em
alerta", afirmou Gislene de Matos,
31, irmã de Maria Aparecida.
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