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ACIDENTE EM ALTO-MAR
Empresa pagará US$ 48,8 milhões; concorrência anterior foi vencida pelo valor de US$ 7,5 milhões
Petrobras gastará 457% a mais com seguro
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O acidente com a plataforma P-36 foi decisivo para que a Petrobras gastasse 457% mais que no
ano passado na renovação do seguro de plataformas, refinarias,
dutos e terminais.
Liderado pela Bradesco Seguros, o consórcio que venceu a licitação, realizada ontem, cobrou
US$ 48,8 milhões para segurar,
pelo prazo de 14 meses, os bens,
avaliados em US$ 20,9 bilhões.
No ano passado, o mesmo consórcio havia vencido a concorrência cobrando US$ 7,5 milhões para segurar os bens, de mesmo valor, pelo prazo de 12 meses.
Descontados os dois meses adicionais do novo contrato, equivalentes a US$ 6,97 milhões, a estatal
pagará US$ 41,82 milhões pelos
mesmos 12 meses de contrato do
ano passado, um número 457%
maior que os US$ 7,5 milhões.
No total, a Petrobras gastou no
período de um ano, que se encerra no próximo sábado, cerca de
US$ 10 milhões para segurar o total dos seus bens, avaliados em
cerca de US$ 32 bilhões.
A diferença desses valores em
relação ao seguro renovado ontem é que este não inclui os navios
e as cargas transportadas pela estatal ao longo do período.
Segundo o gerente-executivo de
Planejamento Financeiro da Petrobras, Gustavo Tardin, uma alta
no valor do seguro já era esperada
porque o mercado do setor já vinha subindo. "Isso foi adicionado, sem dúvida, pelo acidente
com a P-36", afirmou Tardin.
Outro membro da equipe da estatal que negociou a renovação do
seguro, o gerente de Seguros, Luiz
Octávio de Mello, admitiu que
não previa uma alta tão grande.
Duas propostas foram abertas
ontem pela Petrobras. O consórcio que apresentou o menor preço
é formado pela Bradesco Seguros
(líder com 40% do total), Itaú Seguros (30%), Unibanco Seguros
(12%), Tokio Marine do Brasil
(8%), AGF (8%) e Generali (2%).
A outra, de US$ 50,8 milhões, foi
apresentada pela Sul América Seguros. Para que a proposta liderada pela Bradesco fosse declarada
vencedora faltava, até o final da
tarde de ontem, sua homologação
pela diretoria da Petrobras.
Embora encabecem as propostas feitas à Petrobras, até por exigência da legislação (determina
que o seguro seja feito por empresas com sede no país), as seguradoras nacionais assumirão um
risco muito pequeno, em torno de
1% do patrimônio segurado.
Quase todo o risco (99,02% no
contrato que vence no dia 31) será
assumido por empresas de resseguros (fazem o seguro do seguro),
a maioria delas internacionais.
O Brasil também tem participação nessa fase do seguro, por intermédio da estatal IRB Brasil
Resseguros, detentora do monopólio dos resseguros no país.
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