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CÂMARA
Proposta, que veda utilização de palavras como "recall" e "self-service", precisa passar por mais duas
comissões
Aprovado projeto que proíbe estrangeirismo
LUCIANA CONSTANTINO
COORDENADORA DE COTIDIANO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O projeto de lei que proíbe o uso
de estrangeirismo, como "recall"
e "self-service", por exemplo, em
meios de comunicação, publicidade, embalagens e outros tipos
de expressão foi aprovado ontem,
em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara dos Deputados.
Como não prevê sanções, a proposta será encaminhada para a
Comissão de Educação do Senado e depois para a de Constituição
e Justiça da Casa. Se for aprovada
pelas duas comissões, vai para a
sanção do presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB).
O projeto pode obrigar o próprio governo a fazer mudanças.
Vários órgãos utilizam as palavras
"newsletter" e "clipping" como
boletins informativos.
Segundo o projeto, "toda palavra em língua estrangeira posta
no território nacional a partir da
data da publicação da lei, salvo as
exceções previstas, terá de ser
substituída por expressão equivalente em língua portuguesa em 90
dias." Se não houver expressão
equivalente, será admitido o
aportuguesamento da palavra estrangeira ou o neologismo (significado novo que uma palavra ou
expressão pode assumir).
A proposta prevê exceções para
a proibição do uso de estrangeirismo, entre elas as informações
destinadas a estrangeiros, o ensino de língua estrangeira e palavras já consagradas pelo uso e registradas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da
Academia Brasileira de Letras.
"As línguas passam por mudanças. Mas é preciso coibir abusos",
disse o deputado Aldo Rebelo (PC
do B-SP), autor da proposta.
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