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TRANSPORTE
Trem que hoje pára no Brás seguirá direto para o centro velho, aumentando em 7,5 vezes o movimento da estação
Obra facilitará acesso da zona leste à Luz
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de setembro do próximo ano, a circulação de passageiros na estação de trem da Luz, no
centro de São Paulo, multiplicará
será multiplicada 7,5 vezes -um
salto de 40 mil para cerca de 300
mil pessoas por dia.
A causa do aumento, segundo a
CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos), será a
conclusão, nessa data, do projeto
Integração Centro, que garantirá
o acesso direto dos passageiros da
rede ferroviária da zona leste para
o centro velho. A obra também irá
permitir a unificação, por meio de
uma passagem subterrânea, das
estações de trem e de metrô na
Luz, permitindo a mudança de
transporte com o mesmo bilhete.
O túnel que integrará as estações terá saídas para a rua Cásper
Líbero, para o parque da Luz e para a Pinacoteca do Estado.
Com o túnel, quem vem da zona
leste poderá seguir direto para a
Barra Funda. Hoje isso não é possível: é preciso descer no Brás,
mudar de plataforma e pegar outra linha. Outra opção é recorrer
ao metrô, já que as estações são
interligadas por passarela.
Orçada em US$ 95,1 milhões
(aproximadamente R$ 202 milhões), a obra está sendo paga pelo governo do Estado e pelo Banco Mundial, que investiu US$ 51,5
milhões.
Os detalhes da operação estão
numa exposição multimídia
inaugurada ontem pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin
(PSDB), na estação da Luz.
"A operação completa o sonho
do (ex-governador) Mário Covas
de ver essa região totalmente integrada e voltada para a cultura. Ao
redor, estarão a Pinacoteca, onde
tudo começou, a Sala São Paulo, o
Jardim da Luz, a Universidade Livre de Música, o Museu de Arte
Sacra e a Oficina Cultural Oswald
de Andrade", afirmou Alckmin.
Com painéis, vídeo e animação
gráfica, a exposição mostra os detalhes da Integração Centro, cujas
obras estão divididas em 11 projetos arquitetônicos diferentes.
Um deles diz respeito à modernização da estação ferroviária do
Brás, que deixará de ser unicamente um terminal. A partir do
próximo ano, somente a linha F,
que vem de Calmon Viana, na cidade de Poá, terá ponto final na
estação. Atualmente, três linhas
terminam no local.
A operação inclui ainda a instalação de escadas rolantes e a mudança da decoração das estações,
tornando-as mais modernas e parecidas com as do metrô.
Centro cultural
Os túneis subterrâneos que unirão trem e metrô mudarão o perfil
da estação ferroviária da Luz, cuja
inauguração do prédio atual completou cem anos no último dia 1º.
O embarque poderá ser feito como é atualmente, porém outras
entradas serão abertas, e, com isso, a movimentação no andar térreo deverá diminuir.
Essa é uma das razões por que o
Estado decidiu transformá-la em
um novo centro cultural, ocupando o primeiro e o segundo pavimentos da construção de estilo
inglês. O espaço será dedicado à
pesquisa da língua portuguesa.
O projeto é uma parceria do governo com a Fundação Roberto
Marinho e irá captar recursos da
iniciativa privada. O dinheiro servirá tanto para restaurar o prédio
quanto para montar o que será o
Memorial da Língua Portuguesa.
"Os empresários têm-se mostrado muito receptivos", declarou o
governador Geraldo Alckmin.
Cem anos
A história da estação de trem da
Luz começa em 1860, quando o
governo cedeu o terreno para a
sua construção.
Porém a estação, com a arquitetura de hoje, começou a ser construída em 1895, sob orientação do
engenheiro inglês F. Ford. A
maior parte do material usado na
edificação, como as pontes metálicas, veio da Inglaterra. No dia 1º
de março de 1901, o prédio foi entregue oficialmente ao município
pela São Paulo Railway.
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