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RIO
Residência oficial do governador do Estado estará aberta para visitação pública, depois de passar um ano em reformas
Palácio das Laranjeiras será reinaugurado
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
O palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador Anthony Garotinho (PSB) e palco de
alguns dos mais agitados acontecimentos da política brasileira, será reinaugurado hoje. O palacete
passou por uma reforma durante
um ano para poder ser aberto à visitação pública.
Desde que foi comprado da família Guinle pela União, em 1947,
o palácio -construído em 1913
por Eduardo Guinle- já passou
por três reformas.
A última delas, feita em parceria
do governo estadual com a Petrobras, começou em março de 2000
e custou R$ 850 mil. A decisão de
restaurá-lo foi tomada após Garotinho decidir fazer dele sua residência oficial -o último governador a morar no palacete havia
sido Moreira Franco (87-91).
Foi feita uma obra de restauração apenas na ala social do palácio. Foram reparadas rachaduras
nas fachadas, que, em alguns pontos, precisaram de novo revestimento e novos ornatos.
Parte dos pisos em mosaico de
cerâmica e mármore também teve de ser refeita. "Algumas peças
se soltaram e foram perdidas. Tivemos de remontar os desenhos",
disse a arquiteta Yanara Haas, do
Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional),
que supervisionou a restauração.
Também teve de ser refeito o piso de madeira em parquê (tons
diferentes formando desenhos)
dos salões. Estátuas em bronze e
mármore, vitrais, luminárias e todo o mobiliário foram limpos e
restaurados. As cortinas foram
trocadas. Cadeiras e sofás receberam novo estofamento.
Foi feita a descupinização no
prédio, a restauração dos jardins e
eliminaram-se os aparelhos de ar-condicionado aparentes nas fachadas. Erros cometidos em restaurações anteriores, como pinturas em locais onde originalmente
não existiam, foram corrigidos.
A viúva do ex-governador Chagas Freitas (79-83), Zoé Chagas
Freitas, responsável pela primeira
reforma do palácio, conta que o
Laranjeiras precisava passar por
nova restauração.
"O mobiliário e a fachada estavam se deteriorando. Lá dentro
existem peças de museu", diz, referindo-se a quadros como um
Moretto da Brescia (século 16),
dois Franz-Post e um retrato do
rei francês Luís 14, de Rigaud.
A reforma do Laranjeiras coordenada por Zoé durou todo o governo Chagas Freitas e mexeu na
estrutura do palácio. Segundo ela,
o custo da obra era muito alto, por
isso demorou tanto. Zoé diz não
se lembrar do valor da obra.
O Laranjeiras também passou
por pequenas reformas na gestão
de Moreira Franco.
História
A residência oficial do governador faz parte da história do país.
Lá morou o presidente Juscelino
Kubitschek, quando o Rio ainda
era a capital federal.
No Laranjeiras, o presidente
João Goulart recebeu, em 1964, a
carta assinada pelo general Mourão Filho, informando que os militares queriam sua renúncia.
Quatro anos mais tarde, no salão imperial, o general Costa e Silva, então presidente da República,
assinou o AI-5, que restringiu liberdades individuais e políticas.
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