São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2001

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SAÚDE

No Paraná, número de infectados dobrou em uma semana; secretário de Saúde afirma que situação é "preocupante"

Casos de dengue aumentam 1.700% em Rio Preto

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

RONALDO SOARES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O número de vítimas da dengue em São José do Rio Preto (interior de SP) subiu este ano 1.715% em relação ao mesmo período do ano passado. Ontem foram registrados mais 41 casos positivos.
Desde janeiro, já existem 472 doentes, em 87 dos 247 bairros da cidade. Nos três primeiros meses de 2000, foram infectadas 26 pessoas. Em 18 municípios da região, há 855 pessoas com dengue.
Os números projetam para uma epidemia nos moldes da registrada em 1999, quando 2.991 pessoas adoeceram em São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo) e foram notificados 762 casos nos três primeiros meses.
Para cada caso confirmado, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) isola 25 quadras ao redor da casa da vítima, para fazer pulverização nas residências. Além dos 15 funcionários, o órgão estadual está importando técnicos de outras cidades.
O índice de infestação do Aedes aegypti, medido por amostragem em dois bairros, é quatro vezes maior do que o aceitável pela OMS (Organização Mundial de Saúde) -cinco focos. De cada cem casas, 19 apresentam focos.
Uma pesquisa da Sucen mostra que 80% dos criadouros do mosquito estão nas residências, que estão fechadas ou cujos moradores se recusam a receber a visita.
Dois projetos de lei que tramitam na Câmara Municipal prevêem multas para quem dificultar o trabalho dos técnicos.

Paraná
O número de casos de dengue no Paraná dobrou em uma semana, passando de 140 para 284 pessoas contaminadas.
A explosão do número de casos -registrada na 12ª semana epidemiológica, que terminou anteontem- é atribuída à intensificação do trabalho de localização de pessoas infectadas.
O trabalho, chamado de "busca ativa", consiste em realizar exames em todos os moradores de residências onde foram detectados casos da doença.
"Não temos cautela em dizer que o caso é preocupante. Se eu disser o contrário, não estarei colaborando para o esclarecimento da população", disse o secretário Estadual da Saúde, Armando Raggio.
"Qualquer um pode ter dengue, por isso é preciso que as comunidades colaborem e ajudem a combater os focos", afirmou.
Ele disse que, apesar do crescimento dos casos, um fato "importante" foi que a quantidade de municípios onde o mosquito transmissor está presente -184 cidades- não se alterou.
A epidemia continua concentrada nas regiões norte e noroeste do Estado, áreas consideradas mais propícias à propagação da doença, em virtude das condições climáticas.
O município de Santa Fé (norte do Paraná) lidera o número de casos, com 173 pessoas infectadas -mais de 60% do total no Estado. Em Curitiba, não há registro da doença.
Para o diretor de Vigilância e Pesquisa da Secretaria da Saúde, Nereu Henrique Mansano, a situação é menos grave do que a do ano passado, quando o total de casos até a 12ª semana epidemiológica foi de 697.
Mesmo assim, a secretaria informou que está intensificando as medidas de combate à doença.



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