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SAÚDE
No Paraná, número de infectados dobrou em uma semana; secretário de Saúde afirma que situação é "preocupante"
Casos de dengue aumentam 1.700% em Rio Preto
EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
RONALDO SOARES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O número de vítimas da dengue
em São José do Rio Preto (interior
de SP) subiu este ano 1.715% em
relação ao mesmo período do ano
passado. Ontem foram registrados mais 41 casos positivos.
Desde janeiro, já existem 472
doentes, em 87 dos 247 bairros da
cidade. Nos três primeiros meses
de 2000, foram infectadas 26 pessoas. Em 18 municípios da região,
há 855 pessoas com dengue.
Os números projetam para uma
epidemia nos moldes da registrada em 1999, quando 2.991 pessoas
adoeceram em São José do Rio
Preto (451 km a noroeste de São
Paulo) e foram notificados 762 casos nos três primeiros meses.
Para cada caso confirmado, a
Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) isola 25 quadras ao redor da casa da vítima,
para fazer pulverização nas residências. Além dos 15 funcionários, o órgão estadual está importando técnicos de outras cidades.
O índice de infestação do Aedes
aegypti, medido por amostragem
em dois bairros, é quatro vezes
maior do que o aceitável pela
OMS (Organização Mundial de
Saúde) -cinco focos. De cada
cem casas, 19 apresentam focos.
Uma pesquisa da Sucen mostra
que 80% dos criadouros do mosquito estão nas residências, que
estão fechadas ou cujos moradores se recusam a receber a visita.
Dois projetos de lei que tramitam na Câmara Municipal prevêem multas para quem dificultar
o trabalho dos técnicos.
Paraná
O número de casos de dengue
no Paraná dobrou em uma semana, passando de 140 para 284 pessoas contaminadas.
A explosão do número de casos
-registrada na 12ª semana epidemiológica, que terminou anteontem- é atribuída à intensificação do trabalho de localização
de pessoas infectadas.
O trabalho, chamado de "busca
ativa", consiste em realizar exames em todos os moradores de
residências onde foram detectados casos da doença.
"Não temos cautela em dizer
que o caso é preocupante. Se eu
disser o contrário, não estarei colaborando para o esclarecimento
da população", disse o secretário
Estadual da Saúde, Armando
Raggio.
"Qualquer um pode ter dengue,
por isso é preciso que as comunidades colaborem e ajudem a combater os focos", afirmou.
Ele disse que, apesar do crescimento dos casos, um fato "importante" foi que a quantidade de
municípios onde o mosquito
transmissor está presente -184
cidades- não se alterou.
A epidemia continua concentrada nas regiões norte e noroeste
do Estado, áreas consideradas
mais propícias à propagação da
doença, em virtude das condições
climáticas.
O município de Santa Fé (norte
do Paraná) lidera o número de casos, com 173 pessoas infectadas
-mais de 60% do total no Estado. Em Curitiba, não há registro
da doença.
Para o diretor de Vigilância e
Pesquisa da Secretaria da Saúde,
Nereu Henrique Mansano, a situação é menos grave do que a do
ano passado, quando o total de
casos até a 12ª semana epidemiológica foi de 697.
Mesmo assim, a secretaria informou que está intensificando as
medidas de combate à doença.
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